Os casos da Covid-19 voltaram a crescer em boa parte do mundo e gerado preocupação entre profissionais do setor fotovoltaico brasileiro, que, desde o inicio da pandemia, vêm presenciando consecutivos aumentos nos preços dos equipamentos e do frete marítimo.
Nesta semana, um novo surto da doença na China fez com que as autoridades publicassem um aviso no site do Ministério do Comércio orientando as famílias a estocarem alimentos para atender a vida cotidiana.
O órgão não fez menção a uma possível escassez de alimentos, mas a imprensa local chegou a publicar listas de bens recomendados para guardar em casa, incluindo biscoitos, macarrão instantâneo, vitaminas e lanternas. Nas redes sociais, usuários relataram que, após o anúncio do governo, chineses correram para estocar arroz, óleo de cozinha e sal.
Na última segunda-feira (3), as autoridades chinesas pediram à população que limitasse os deslocamentos após serem registrados novos casos de Covid-19 em diversas regiões do país. Uma delas foi o município de Shenzhen, onde está localizado um dos principais portos marítimos do mundo.
“O surto da doença na China está se espalhando por várias províncias e o governo adotou medidas que nos dão indícios de que o país vai se fechar para o mercado novamente”, disse Eudes Elias da Silveira, administrador e sócio da Port Trade Internacional, empresa especializada na logística de produtos marítimos.
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Apesar dos problemas registrados na China, Gustavo Tegon, co-fundador da Esfera Solar, analisa que o mercado não deve registrar grandes mudanças em relação ao que já vem ocorrendo. “Até o momento, não sentimos nenhuma alteração nos embarques e nos preços dos equipamentos fotovoltaicos em razão da nova onda de coronavírus na China”, afirmou.
Para o executivo, independentemente do surto de Covid-19, a perspectiva para o restante do ano já era de alta no preço dos produtos solares. “O que tem acontecido nos últimos dois meses é uma dificuldade de produção, de logística internacional e de aumento de preços por causa do aquecimento das vendas da energia solar no Brasil e no mundo. Isso era algo que o mercado já vinha prevendo desde o começo do ano”, destacou.