28 de abril de 2024
solar
No Brasil Hoje

Potencia GC SolarGC 13,4GW

No Brasil Hoje

Potencia GD SolarGD 28,7GW

Renováveis deverão cobrir toda demanda adicional de eletricidade nos próximos 3 anos

Fontes limpas irão representar mais de um terço da produção total de energia até ao início de 2025, ultrapassando o carvão, estima IEA

Autor: 26 de janeiro de 2024janeiro 29th, 2024Mundo
6 minutos de leitura
Renováveis deverão cobrir toda demanda adicional de eletricidade nos próximos 3 anos

O consumo de eletricidade é um indicador-chave do desenvolvimento econômico em qualquer país. Imagem: Freepik

De acordo com novo relatório da IEA (Agência Internacional de Energia), as fontes renováveis deverão cobrir toda demanda adicional de eletricidade no mundo nos próximos três anos.

O Electricity 2024 é a última edição da análise anual da Agência sobre a evolução e as políticas do mercado de eletricidade, fornecendo previsões para a procura, oferta e emissões de CO2 do setor até 2026.

A pesquisa conclui que, embora o crescimento global da procura de eletricidade tenha diminuído ligeiramente para 2,2% em 2023 devido à queda no consumo de energia nas economias avançadas, prevê-se que acelere para uma média de 3,4% de 2024 a 2026.

Segundo o estudo, espera-se que cerca de 85% do aumento na procura mundial de eletricidade até 2026 venha de fora das economias avançadas – principalmente China, Índia e países do Sudeste Asiático.

No entanto, a produção recorde de eletricidade a partir das renováveis – incluindo solar, eólica e hídrica, bem como a energia nuclear – deverá reduzir o papel dos combustíveis fósseis no fornecimento de energia às residências e às empresas.

Prevê-se que as fontes de baixas emissões representem quase metade da produção mundial de eletricidade até 2026, acima da percentagem de pouco menos de 40% em 2023.

As energias renováveis ​​deverão representar mais de um terço da produção total de eletricidade até ao início de 2025, ultrapassando o carvão. Até 2025, prevê-se também que a produção de energia nuclear atinja um máximo histórico a nível mundial, à medida que a produção de França aumenta, várias centrais no Japão voltam a funcionar e novos reatores iniciam operações comerciais em muitos mercados, incluindo na China, Índia, Coréia e Europa.

Quando a percentagem de combustíveis fósseis na produção mundial cair abaixo dos 60%, será a primeira vez que a percentagem de tais combustíveis será inferior a este limiar nos registos da IEA que remontam a mais de cinco décadas.

“O setor da energia produz atualmente mais emissões de CO2 do que qualquer outro na economia mundial, por isso é encorajador que o rápido crescimento das renováveis ​​e uma expansão constante da energia nuclear estejam juntos no caminho certo para corresponder a todo o aumento da procura global de eletricidade durante os próximos três anos anos”, disse Fatih Birol, diretor executivo da IEA.

“Isso se deve em grande parte ao enorme impulso por trás das energias renováveis, com a solar cada vez mais barata liderando o caminho, e ao apoio do importante retorno da nuclear, cuja geração deverá atingir um máximo histórico até 2025. Embora seja necessário mais progresso, e rápido, essas são tendências muito promissoras”, ressaltou.

Outros destaques

O relatório conclui ainda que o aumento da produção de eletricidade a partir das renováveis ​​e da nuclear parece “empurrar” as emissões do setor energético para um declínio estrutural. Prevê-se que as emissões globais provenientes da produção de eletricidade diminuam 2,4% em 2024, seguidas de quedas menores em 2025 e 2026.

Conforme a IEA, a dissociação entre a procura global de eletricidade e as emissões seria significativa dada a crescente eletrificação do setor energético, com mais consumidores a utilizar tecnologias como veículos elétricos e bombas de calor.

A eletricidade representou 20% do consumo final de energia em 2023, contra 18% em 2015, embora o cumprimento dos objetivos climáticos mundiais exija que a eletrificação avance significativamente mais rapidamente nos próximos anos.

Preços

Referente aos preços da eletricidade, os mesmos foram geralmente mais baixos em 2023 do que em 2022. No entanto, as tendências dos custos variaram amplamente entre as regiões, afetando a sua competitividade econômica. Os preços “grossistas” da eletricidade na Europa diminuíram em média mais de 50% em 2023, depois de terem atingido máximos recordes em 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Porém, afirmaram que os custos da eletricidade na Europa no ano passado ainda eram mais do dobro dos níveis anteriores à Covid, enquanto os preços nos Estados Unidos eram cerca de 15% mais elevados do que em 2019.

A procura de energia na União Europeia diminuiu pelo segundo ano consecutivo em 2023, e não se espera que regresse aos níveis observados antes da crise energética global antes de 2026, no mínimo.

Economias emergentes e em desenvolvimento

Embora a procura de eletricidade na Europa e nos Estados Unidos tenha diminuído em 2023, muitas economias emergentes e em desenvolvimento registaram um crescimento robusto que deverá continuar até 2026 em resposta ao aumento da população e à industrialização.

Durante o período da perspectiva, espera-se que a China seja responsável pela maior parte do aumento global da procura de eletricidade em termos de volume, mesmo que o seu crescimento econômico abrande e se torne menos dependente da indústria pesada.

Entretanto, a Índia deverá ver a procura de energia aumentar mais rapidamente entre as principais economias, prevendo-se que a procura adicionada ao longo dos próximos três anos seja aproximadamente equivalente ao atual consumo de eletricidade do Reino Unido.

Como região, a África continua a ser uma situação atípica nas tendências da procura de eletricidade, de acordo com a análise do relatório. Embora o consumo de energia per capita na Índia e no Sudeste Asiático tenha aumentado rapidamente, tem estado efetivamente estagnado na África há mais de três décadas.

“O consumo de eletricidade é um indicador-chave do desenvolvimento econômico em qualquer país e é um sinal sombrio de que se estabilizou em África numa base per capita durante mais de três décadas”, relatou Birol.

“O acesso a energia fiável, acessível e sustentável para todos os cidadãos é essencial para que os países africanos alcancem os seus objetivos econômicos e climáticos. A comunidade internacional precisa de trabalhar em conjunto com os governos africanos para permitir o progresso urgente que é necessário”, finalizou.


Todo o conteúdo do Canal Solar é resguardado pela lei de direitos autorais, e fica expressamente proibida a reprodução parcial ou total deste site em qualquer meio. Caso tenha interesse em colaborar ou reutilizar parte do nosso material, solicitamos que entre em contato através do e-mail: [email protected].

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

Comentar

*Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Canal Solar.
É proibida a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes e direitos de terceiros.
O Canal Solar reserva-se o direito de vetar comentários preconceituosos, ofensivos, inadequados ou incompatíveis com os assuntos abordados nesta matéria.