A diretoria da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu, em reunião realizada nesta terça-feira (9), que o dia 1º de janeiro de 2026 marcará a data oficial da interligação do sistema de Boa Vista (RR) ao SIN (Sistema Interligado Nacional). Isso significa que, a partir dessa data, Roraima deixará oficialmente de ser um sistema isolado para fins regulatórios.
Mesmo com a infraestrutura física já em operação desde setembro de 2025, a Agência destacou que ainda existem pendências técnicas e contratuais que impedem o enquadramento pleno da região. Entre os pontos estão ajustes e formalizações de contratos setoriais, pendências cadastrais e questões técnicas relacionadas à integração ao mercado regulado.
Até que todas essas exigências sejam cumpridas, Roraima continuará sendo, do ponto de vista regulatório, tratado como sistema isolado. A ANEEL também esclareceu que a aplicação das Bandeiras Tarifárias, bem como a cobrança das demais obrigações setoriais associadas ao SIN, passarão a valer apenas a partir da data da interligação formal da Roraima Energia.
De isolamento histórico à integração nacional
Roraima foi, por décadas, o único estado brasileiro fora do SIN por fatores geográficos, ambientais e econômicos. A ausência de linhas de transmissão obrigou o uso de um sistema próprio, baseado majoritariamente em geração local a partir de fontes térmicas, com custos elevados e maior dependência de combustíveis fósseis.
Em determinados períodos, o estado também precisou recorrer à importação de energia da Venezuela para complementar o abastecimento. A construção da linha de transmissão de Boa Vista rompeu esse isolamento histórico e representou uma mudança estrutural para o setor elétrico nacional.
Benefícios para consumidores e empresas
A ANEEL destaca que, com a interligação formal ao SIN, Roraima passará a acessar plenamente a matriz elétrica nacional, majoritariamente renovável, o que tende a reduzir custos estruturais do sistema e aumentar a confiabilidade do fornecimento. Além disso, a medida abre caminho para novos modelos de contratação.
Pela primeira vez, empresas instaladas no estado poderão migrar para o Mercado Livre de Energia, ampliando a competitividade e criando condições mais favoráveis para investimentos produtivos. A integração também facilita a inserção de fontes renováveis locais, como a energia solar, no sistema nacional, fortalecendo a segurança energética e a transição energética no estado.
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