O ano de 2024 foi um período de avanços estratégicos e conquistas significativas para a Brasol, consolidando sua posição como um dos principais players no mercado de geração distribuída e transição energética no Brasil.
Em entrevista ao Canal Solar, Ciro Fusaro, diretor da Unidade Solar na Brasol e Rafael Brasiliense, diretor Comercial e de Marketing, compartilharam as principais realizações do ano, incluindo aquisições estratégicas, expansão do portfólio e novas iniciativas em tecnologias como baterias e subestações no modelo Energy as a Service.
Ao mesmo tempo, a empresa enfrentou os desafios de um mercado em transformação, especialmente com as novas regulamentações que impactam a GD (geração distribuída). Em resposta, a Brasol tem adaptado seu modelo de negócios e explorado novas oportunidades, como projetos híbridos, armazenamento de energia e soluções conectadas diretamente à carga.
Confira na entrevista a visão da Brasol para 2025, as tendências que devem moldar o mercado e os planos de crescimento e inovação que reforçam seu compromisso com a transição energética e o desenvolvimento sustentável no Brasil.
O ano de 2024 foi cheio de desafios e oportunidades. Quais foram os principais marcos que definiram o ano para a Brasol?
Ciro: O ano de 2024 foi marcado pelo crescimento da Brasol como um dos principais consolidadores de ativos solares de geração distribuída do Brasil. Tivemos duas grandes aquisições que foram marcantes: a primeira foi a aquisição de um portfólio da BC Energia e a segunda um portfólio da Raízen.
Rafael: O principal desafio para a Brasol foi consolidar sua visão de ser uma empresa de soluções para transição energética. Isso se deu por ações muito objetivas e concretas, como a ampliação do nosso portfólio de ativos de geração distribuída, onde chegamos a 200 MW operacionais.
Também conectamos a primeira subestação na modalidade As a Service no Brasil, com Capex 100% da Brasol e aluguel para o cliente, além de assinarmos o contrato para o início das obras da segunda subestação nesta modalidade, sendo esta segunda para atendimento da irrigação de uma fazenda no MATOPIBA e nos colocando como um fornecedor importante para a infraestrutura energética para o Agronegócio.
Por fim, tivemos o início das operações da nossa unidade de negócios de baterias. Já estamos desenvolvendo e negociando projetos de armazenamento para alguns clientes espalhados pelo país e estamos muito bem preparados para o Leilão de Reserva de Capacidade para Armazenamento que o Governo Federal sinalizou que ocorrerá neste ano. Agora temos projetos desenvolvidos para este leilão que é um modelo de negócio muito bem desenhado.
Quais modelos de negócios a Brasol está explorando neste ano?
Ciro: Visando às mudanças e limitações regulatórias, a Brasol já disponibiliza ao mercado outras soluções como subestações, sistemas de baterias e carregadores elétricos, todos no modelo Energy as a Service.
A escassez na GD 1 impactou os planos estratégicos da empresa? Como vocês estão respondendo a essa nova realidade?
Ciro: De fato, com a tendência na diminuição das oportunidades em GD0/GD1 revisamos algumas estratégias e buscamos aumentar o foco no desenvolvimento de soluções de geração solar junto a carga (solo, telhado e carport) e soluções isoladas zero-grid.
Quais são os planos da Brasol em relação a fusões e aquisições (M&A)? Há movimentos previstos para consolidar ainda mais a presença da empresa no mercado?
Ciro: Entendemos que ainda existem boas oportunidades de M&A no mercado, portanto, para 2025 continuamos avaliando as oportunidades de aquisições, tanto para usinas solares quanto para subestações, em especial para o modelo de SLB – Sale and Leaseback.
Este é um modelo no qual um cliente vende um ativo para a Brasol, como uma usina solar ou uma subestação e, no mesmo momento, aluga esse mesmo ativo de volta. Esse modelo permite que os clientes da Brasol liberem capital para novos investimentos sem perder o uso do ativo (reciclagem de capital). Além disso, reduz a necessidade de endividamento e melhora a liquidez, sendo uma estratégia comum para acelerar a expansão de projetos.
Como a Brasol enxerga o papel das grandes empresas no amadurecimento do mercado de GD no Brasil?
Ciro: Estamos vivendo um momento de transformação do mercado de GD no Brasil, com aumento do nível de profissionalização visando o crescimento e rentabilidade de suas operações.
Quais tendências de mercado a empresa acredita que irão ditar os rumos da geração distribuída em 2025?
Ciro: O mercado vai dizer, mas apostamos na tendência de aumento de projetos híbridos, principalmente para instalações de consumo junto a carga, e de empresas cujo objetivo é gerar sua própria energia renovável dentro das suas instalações.
Há alguma iniciativa ou projeto inovador no pipeline da Brasol que você possa compartilhar conosco?
Ciro: Temos a nossa iniciativa social aqui na Brasol, onde buscamos atender demandas socioeducativas ou pequenas gerações de energia para as comunidades onde estamos inseridos com algum ativo em operação. Um exemplo disso foi a doação de painéis solares que fizemos para o Instituto Federal do Amapá para serem usados no novo curso de engenharia da instituição.
Com a evolução das regulamentações, quais desafios e oportunidades a empresa vislumbra para o próximo ano?
Rafael: Vemos o armazenamento de energia como uma grande oportunidade no setor. Estamos estruturados para isso, com um time dedicado para as soluções conectadas diretamente na indústria ou nas soluções maiores para suprir as necessidades de potência para o sistema interligado nacional.
Com a nossa agilidade e a capacidade de investimento dos nossos acionistas temos convicção de que o armazenamento será nossa próxima avenida de crescimento.
Como a Brasol está integrando novas tecnologias e ferramentas digitais para fortalecer sua oferta de serviços?
Rafael: A integração de tecnologias faz parte do nosso DNA. Hoje desenvolvemos projetos que integram as quatro principais soluções do nosso portfólio: solar, subestações, baterias e carregamento.
Cada vez mais estamos desenvolvendo soluções como um projeto que conectamos na Globo SP, com a geração solar no modelo carport (painéis solares cobrindo vagas de estacionamento) integradas a carregadores veiculares. Outro projeto interessante que estamos desenvolvendo é uma usina solar com um sistema de armazenamento para suprir a necessidade energética de uma área remota.
Se pudesse resumir o posicionamento estratégico da Brasol para 2025 em uma frase, qual seria?
Somos um dos principais investidores em infraestrutura para transição energética do país. Vamos continuar crescendo em geração solar e na implantação das soluções de Subestações. Além disso, acreditamos no negócio de Baterias e estamos investindo pesado neste negócio.
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