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Transição energética exigirá 1 TW por ano até 2030, aponta IRENA

Estudo realizado pela Agência ressalta que os investimentos anuais devem quadruplicar para mais de US$ 5 trilhões

Autor: 4 de abril de 2023Indicadores
4 minutos de leitura
Transição energética exigirá 1 TW por ano até 2030, aponta IRENA

Alcançar a transição energética requer uma colaboração internacional mais forte, diz diretor geral da IRENA. Foto: Freepik

A transição energética global está fora dos trilhos, agravada pelos efeitos das crises globais. É o que apontou o World Energy Transitions Outlook 2023, da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável).

Houve progresso, principalmente no setor de energia, onde as renováveis ​​representam 40% da geração de eletricidade instalada globalmente, contribuindo para um número sem precedentes de 83% das adições globais de energia em 2022.

No entanto, para manter vivo o 1,5°C, o relatório destacou que os níveis de implantação devem crescer de cerca de 3.000 GW hoje para mais de 10.000 GW em 2030, uma média de 1.000 GW ( 1 TW) anualmente.

“Embora o investimento global em tecnologias de transição energética tenha atingido um novo recorde de US$ 1,3 trilhão em 2022, os aportes anuais devem mais do que quadruplicar para mais de US$ 5 trilhões para permanecer no caminho de 1,5 ° C”, relatou a Agência.

Até 2030, os investimentos acumulados devem chegar a US$ 44 trilhões, com tecnologias de transição representando 80% do total, ou US$ 35 trilhões, priorizando eficiência, eletrificação, expansão da rede e flexibilidade.

“Uma transição energética bem-sucedida exige medidas ousadas e transformadoras que reflitam a urgência da situação atual. Investimento e políticas abrangentes em todo o mundo e em todos os setores devem aumentar as energias renováveis ​​e instigar as mudanças estruturais necessárias para tal transição”, ressaltaram.

De acordo com a pesquisa, a escala e a extensão da mudança ficam muito aquém do caminho de 1,5 ° C, e a implantação, por exemplo, é limitada a certas partes do mundo.

China, União Européia e Estados Unidos foram responsáveis ​​por dois terços de todas as adições no ano passado, deixando as nações em desenvolvimento ainda mais para trás.

“As apostas não poderiam ser maiores. Uma transformação profunda e sistêmica do sistema energético global deve ocorrer em menos de 30 anos, ressaltando a necessidade de uma nova abordagem para acelerar a transição energética”, disse Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA.

“A busca por combustíveis fósseis e medidas de mitigação setorial é necessária, mas insuficiente para mudar para um sistema de energia adequado para o domínio das energias renováveis”, acrescentou.

Na visão dele, a ênfase deve mudar da oferta para a demanda, para superar os obstáculos estruturais que impedem o progresso. O relatório descreve três pilares prioritários da transição energética.

“São eles: a infraestrutura física, os facilitadores políticos e regulatórios e a força de trabalho bem qualificada, exigindo investimentos significativos e novas formas de cooperação nas quais todos os atores possam se envolver na transição e desempenhar um papel ideal”, explicou.

Segundo La Camera, a falta de progresso aumenta ainda mais as necessidades de investimento e pede uma mudança sistemática no volume e tipo de aportes para priorizar a transição energética.

Importância da colaboração internacional

A IRENA enfatizou ainda que quaisquer novas decisões de investimento devem ser cuidadosamente avaliadas para conduzir simultaneamente a transição e reduzir o risco de ativos ociosos.

Cerca de 41% do investimento planejado até 2050 continua direcionado aos combustíveis fósseis, bem como US$ 1 trilhão de aporte anual planejado em combustíveis fósseis até 2030 deve ser redirecionado para tecnologias de transição e infraestrutura para manter a meta de 1,5 ° C ao alcance.

Além disso, afirmaram que a intervenção do setor público é necessária para canalizar os investimentos para os países de forma mais equitativa. Em 2022, 85% do investimento global em energia renovável beneficiou menos de 50% da população mundial.

A África representou apenas 1% da capacidade adicional em 2022. O cenário global da IRENA de financiamento de energia renovável 2023 confirma que as regiões que abrigam cerca de 120 mercados em desenvolvimento e emergentes continuam a receber comparativamente poucos investimentos.

“Alcançar a transição energética requer uma colaboração internacional mais forte, incluindo esforços coletivos para canalizar mais fundos para os países em desenvolvimento”, enfatizou o executivo.

“Uma mudança fundamental no apoio às nações em desenvolvimento deve colocar mais foco no acesso à energia e na adaptação ao clima. Avançando, as instituições financeiras multilaterais precisam direcionar mais fundos, em melhores condições, para projetos de transição energética e construir a infraestrutura física necessária para sustentar o desenvolvimento de um novo sistema energético”, concluiu o diretor-geral da IRENA.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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