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Transição energética pode custar US$ 14 trilhões à rede elétrica mundial

Segundo a Bloomberg, é fundamental mais investimentos até 2050 para atender à nova demanda e substituir a infraestrutura existente

Autor: 1 de março de 2021Mundo
3 minutos de leitura
Transição energética pode custar US$ 14 trilhões à rede elétrica mundial

Pelo menos US$ 14 trilhões precisam ser investidos na rede em todo o mundo até 2050 para dar suporte a um sistema de energia evoluído. É o que apontou o último estudo realizado pela BNEF (BloombergNEF).

De acordo com o Power Grid Long-Term Outlook 2021, sem um investimento adequado, a rede pode se tornar um gargalo, retardando o progresso. 

“Em 2020, cerca de US$ 235 bilhões foram investidos na rede elétrica, e isso precisa aumentar para US$ 636 bilhões até 2050 para suportar mais capacidade de geração de energia, atender à nova demanda e substituir a infraestrutura existente”, destacaram os analistas da BNEF. 

Ainda segundo os especialistas da BNEF, as redes de distribuição se tornam mais importantes nas próximas décadas à medida que uma parte crescente das novas plantas é menor e mais próxima da demanda. 

“O crescimento da eólica e solar em nosso cenário de transição econômica faz com que o tamanho médio das usinas de energia em todo o mundo caia seis vezes em 2050 para 158 MW”. 

“Isso resulta em mais usinas se conectando diretamente à rede – que representam, em meados do século, 63% do investimento anual, contra 52% em 2020”, exemplificam os especialistas.

Outro ponto ressaltado pela BNEF é que o aporte em sensores e automação irá melhorar a eficiência, confiabilidade e reduzir os custos operacionais e de capital. “A digitalização da infraestrutura da rede representa 36% ou US$ 4,7 trilhões do investimento dela, o que ajuda a melhorar e estender a sua utilização”. 

Mais destaques

O estudo relatou ainda que a eletrificação de transporte, aquecimento e resfriamento levam a US$ 2 trilhões em investimento na rede global – cerca de 14% de todo o aporte acumulado até 2050. 

“As concessionárias precisarão atualizar as conexões existentes dos usuários à medida que eletrificam mais seu consumo de energia e fornecem conexões para novos clientes, como estações de carregamento. O apoio à política pode acelerar o ritmo de eletrificação e o investimento na rede associada”, disse a BNEF. 

Mercado chinês

A China é o maior mercado de rede única do mundo entre 2020 e 2050, apesar de uma eventual desaceleração no crescimento da demanda, de acordo com o relatório.

“Na perspectiva de 30 anos, um quinto do investimento global ou US$ 2,9 trilhões ocorre na China. Os sistemas de transmissão de ultra-alta tensão continuam a dominar, permitindo a integração de energias renováveis ​​remotas e de alta qualidade”, disseram os analistas. 

Mercado americano e europeu

O Power Grid Long-Term Outlook 2021 indicou também que o investimento em redes nos Estados Unidos, o segundo maior mercado hoje, fica atrás da Europa em função de uma absorção comparativamente lenta de energias renováveis.

“O aporte anual mais do que dobra e ultrapassa US$ 100 bilhões até 2043. O novo presidente do país, no entanto, pode desencadear investimentos mais ambiciosos na rede com base nas recentes metas de eletricidade sem carbono”, concluiu a pesquisa. 

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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