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UFAL desenvolve estudo com sistemas agrivoltaicos

Estudo desenvolvido na universidade tem foco na cultura da cana de açúcar
UFAL desenvolve estudo com sistemas agrivoltaicos
Foto: Acervo Pesquisador

Seguindo as tendências mundiais de buscar o crescimento de energias sustentáveis, a UFAL (Universidade Federal do Estado de Alagoas) tem em desenvolvimento um projeto para o uso de sistemas agrivoltaicos em plantações de cana de açúcar.

Quem lidera a pesquisa é o professor Ricardo Araújo do CECA (Campus de Engenharias e Ciências Agrárias) e financiada pela FAPEAL (Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas).

Na avaliação de Araújo, a utilização da fonte solar neste tipo de aplicação contribui na redução da emissão desses gases, além de gerar economia na conta de energia.

“Algumas formas de produção de alimento e energia emitem gases de efeito estufa (GEE) que são responsáveis pelas mudanças no clima. A energia fotovoltaica é reconhecida como uma forma de energia renovável e está tendo um crescimento exponencial no Brasil”, disse o pesquisador. 

Desenvolvimento e resultados

O projeto, que teve início em 2021, é feito em parceria com a Usina Santa Clotilde na cidade de Rio Largo. Ele avalia a produção de cana com três densidades distintas de painéis fotovoltaicos. A geração, em média, mensalmente é de 9 MWh.

Araújo afirma que a maior parte dos projetos agrivoltaicos no mundo busca definir a altura e distância dos painéis para ou não prejudicar a produção, ou melhorá-la.

“É notável que os painéis instalados sobre as plantas produzam sombras, então, o ponto chave para o sucesso de um sistema agrivoltaico é saber como a cultura escolhida vai responder a esse novo microclima”, disse o professor.

Se fazem análises mensais em que se observam a radiação solar, temperatura do ar e do solo, umidade do ar, velocidade do vento e umidade do solo do microclima criado.

Ele também falou que no primeiro ano, os resultados foram positivos em relação a um cultivo tradicional. Além da geração de energia, a produção também foi maior.

No entanto, Araújo também delineou alguns problemas para a implantação desses sistemas com a cultura da cana-de-açúcar. “Com a altura atingida pelas plantas de cana e colheita mecanizada, os painéis precisam ficar muito elevados, há também o risco de acidentes com as grandes máquinas agrícolas e possibilidades de incêndio”, afirmou.

O pesquisador lembra também que usinas de cana-de-açúcar geralmente são cogeradoras de energia pela queima do bagaço, uma fonte de biomassa. Por isso, as usinas de cana têm potencial para ampliar o uso de fontes renováveis de energia e armazená-las em momentos de baixa demanda elétrica.

Futuro do projeto

A continuidade da pesquisa permanecerá com as análises desse sistema e observar a evolução. Araújo disse que outros estudos estão sendo desenhados em Alagoas, mas com outras culturas.

Os novos estudos têm foco no semiárido, onde sistemas agrivoltaicos podem melhorar o uso da água. 


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Frederico Tapia
Estudante de jornalismo pela UNESP do campus de Bauru. Possui experiência em produção de matérias jornalísticas.

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