Integração de renováveis será crucial para descarbonização do Brasil

Fala do diretor da RCGI foi um dos pontos altos do painel “Energy Transition: What does it mean for Brazil” na COP 27
Integração de renováveis será crucial para descarbonização do Brasil
Brasil foi um dos destaques da COP 27 no Egito. Foto: MMA/Divulgação

O Brasil tem um conjunto de oportunidades no atual período de transição energética que é único e que fará com que o país saiba explorar e exportar esse conhecimento para o mundo.

Foi o que afirmou Julio Meneghini, diretor científico do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa), na COP-27, durante o painel “Energy Transition: What does it mean for Brazil”. 

“A utilização de diferentes soluções locais que eventualmente vão ser exportadas vai permitir com que consigamos nos limitar ao aumento de 1,5 °C em relação às emissões da Revolução Industrial”, garantiu ele. 

O profissional se referiu ao Acordo de Paris, que ganhou forte mobilização mundial e que conta com o objetivo de limitar o aquecimento global em no máximo 2°C até o fim deste século, visando a neutralidade de carbono em 2050. Meneghini destacou ainda que a integração de diferentes fontes renováveis deverá ser o principal desafio brasileiro no processo de descarbonização.

“Temos um potencial enorme na questão de geração de energia eólica offshore, que, juntamente com o pré-sal e com a capacidade de armazenarmos de carbono em cavernas de sal no próprio pré-sal e nos reservatórios, torna o Brasil o eventual líder nessa área”, comentou. 

Julio Meneghini, diretor científico do RCGI. Foto: RCGI/Divulgação

Durante o evento, Meneghini também destacou que o RCGI terá a primeira planta piloto de metanol verde no fim do ano que vem. “Também vamos ter a primeira planta para a produção de hidrogênio a partir do etanol”, ressaltou. 

De acordo com ele, com essa planta, o hidrogênio poderá ter uma pegada de emissões de CO2 menor do que o hidrogênio produzido com eletricidade oriunda de energia eólica e solar, ao se considerar o ciclo de vida da produção do etanol e se estiver utilizando tecnologia de captura e armazenamento de carbono. 

A planta, localizada na USP (Universidade de São Paulo), está sendo construída em parceria com as empresas Shell, Raízen, Hytron, além do Senai Cimatec. A partir do fim de junho, a planta produzirá até 5 kg de hidrogênio por hora, que serão utilizados para abastecer três ônibus na universidade movidos a células a combustível.

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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