O Brasil registrou mais de 109 mil focos de incêndio neste ano, uma alta de 78% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Climatempo, empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina.
A perspectiva da companhia de que a estiagem se prolongue até novembro traz um alerta no setor elétrico, cujos ativos e operações podem ser bastante impactados pelo risco de continuidade das queimadas.
“A chegada do período úmido às regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste vai atrasar, assim como a chegada da La Niña, que poderia trazer chuvas neste início da primavera. O período atual é crítico para queimadas devido à combinação de baixa umidade, vegetação seca e temperaturas elevadas, condições ideais para a propagação de incêndios”, explica Pedro Regoto, meteorologista da Climatempo.
O Climatempo destaca ainda que as queimadas têm múltiplos impactos no setor de energia. Entre eles, o aumento da temperatura local, que pode reduzir a eficiência de geração de energia, especialmente em usinas solares, além do aumento da taxa de sujidade nos painéis solares, pelo acúmulo de partículas que reduzem a capacidade de geração.
Outro fator apontado é a maior presença de partículas e cinzas, causando curtos na rede de transmissão, já que podem danificar isoladores e outros componentes, levando a falhas e interrupções no fornecimento de energia, além dos transtornos na infraestrutura, com danos diretos a componentes físicos da rede de transmissão e distribuição que trazem riscos elevados de desligamentos.
Fumaça das queimadas reduziu em 20% a irradiação solar em agosto
Uso da tecnologia para mitigar danos
Vitor Hassan, VP de Mercados e Head da vertical energia da Climatempo, destaca que com extremos climáticos influenciando cada vez mais o setor de energia, é crucial as empresas deste mercado utilizarem tecnologias precisas de monitoramento meteorológico capazes de ajudar no planejamento das operações de geração, transmissão e distribuição, bem como na expansão e na resiliência dos ativos.
“Torna-se cada vez mais necessário o apoio dessas tecnologias para que as empresas do setor elétrico protejam os seus ativos e as suas operações”, afirma Hassan.
Ele pontua que atualmente a Climatempo registra um aumento da demanda pelos serviços do SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta Climatempo), uma solução para mitigar os riscos associados aos incêndios.
Ainda segundo ele, utilizando dados em tempo real e previsões precisas, o SMAC permite a identificação com antecedência de áreas em risco e a implementação de medidas preventivas.
Cuidados com usinas FV em solo próximas às áreas de queimadas
Ainda de acordo com a Climatempo, por meio do uso de sensores em satélites, é possível identificar os incêndios em um curto espaço de tempo, facilitando as mobilizações e tomadas de decisões rápidas para minimização dos impactos.
O meteorologista Regoto destaca ainda que a abordagem da Climatempo no combate e prevenção de queimadas inclui a emissão de relatórios detalhados de análise de incêndios, que avaliam o histórico de ocorrências ao longo dos anos, examinam o impacto direto desses eventos nos ativos das empresas e identificam as áreas de maior propensão que requerem investimentos adicionais em resiliência.
“Com essas análises, empresas podem desenvolver estratégias mais eficazes para proteger suas operações, mitigar riscos futuros e otimizar a resposta aos desafios ambientais. Estes insights são fundamentais para planejar e executar ações preventivas, garantindo a segurança e a continuidade das operações energéticas em áreas propensas a queimadas”, conclui Regoto.
Assista agora LIVE: Sujidades em painéis solares durante período de queimadas e estiagens
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