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Armazenamento de energia vem para impulsionar as renováveis

Com a utilização das baterias e da energia solar, o consumidor dependerá cada vez menos da rede elétrica

Autor: 11 de setembro de 2020abril 21st, 2021Brasil
4 minutos de leitura
Armazenamento de energia vem para impulsionar as renováveis

“O armazenamento cura uma das maiores dores das renováveis, sobretudo a solar e eólica, na questão da despachabilidade de energia”. A afirmação é de Bruno Kikumoto, diretor-executivo do Canal Solar. O engenheiro eletricista participou do podcast Papo Solar desta semana e comentou que o armazenamento de energia vem para consolidar o movimento de empoderamento do consumidor.

“A solar gera [energia] quanto tem sol. A noite não gera nada. A eólica é a mesma coisa, gera energia quando tem vento. Portanto, o armazenamento vem para impulsionar as renováveis. A questão de imprevisibilidade, de não controlar essas fontes de energia, com as baterias é possível. Consegue-se modular e entregar energia a partir de uma fonte renovável paro o consumidor”, destacou Kikumoto.

“Por exemplo, quando o consumidor aperta o interruptor para ligar a luz, ele não quer saber se tem vento, sol, água nos reservatórios, ou, se tem carvão para queimar, ele quer energia. As renováveis não tinham esse controle, essa despachabilidade. O armazenamento traz competitividade e possibilidades ainda maiores”, explicou o especialista.

De acordo com ele, dentro dessa linha de empoderamento, com a utilização das baterias e da energia solar, o consumidor dependerá cada vez menos da rede elétrica. “A energia gerada durante o dia é entregue para os meus eletrodomésticos, por exemplo. O que eu não consumir, ao invés de injetar na rede elétrica, posso armazenar na bateria e utilizar no período noturno”, disse.

“Acredito que vamos ficar cada vez menos dependente, como consumidor, do grid (rede elétrica). Vamos eventualmente usá-lo como um backup. Podemos até usá-lo para carregar a bateria”, exemplificou o diretor do Canal Solar.

“Os sistemas com baterias irão ajudar a rede, inclusive, fornecendo energia nos momentos de alta demanda nas regiões onde se encontram instaladas. Para que isso ocorra, precisamos que a regulamentação destes sistemas ande junto à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e que políticas públicas e incentivos fiscais sejam criados”, ressaltou.

Setor fotovoltaico segue crescendo

Durante o podcast, o executivo comentou também sobre o mercado de energia solar no primeiro semestre deste ano no Brasil. Para ele, o setor continuou aquecido, apesar da pandemia da Covid-19.

 “O segmento de GD (geração distribuída) cresceu quase 78% no primeiro semestre de 2020 em comparação com 2019. Poderia ser melhor se não tivesse a pandemia, mas o mercado cresceu. Estamos vendo agora o mesmo movimento no segundo semestre. Geralmente, é um semestre de maiores negociações. Os donos de negócios, prevendo o consumo elevado de energia que vem com o verão, já se preparam para fazer o investimento e entrar no ano que vem com uma economia”, relatou.

“Pensando já para 2021, quando estivermos com a questão da Covid-19 mais resolvida com uma vacina, os negócios que foram reprimidos vão sair do papel. Já vemos as empresas fazendo isso, investindo e, com certeza, a solar vai junto. O mundo é cada vez mais tecnológico. As máquinas precisam de energia elétrica, e a fonte fotovoltaica é uma forma competitiva de ter uma energia mais barata. Então, quem está no mercado solar, pode certeza que está no segmento certo, que, inclusive, cresce ainda mais”, concluiu Kikumoto.

Futuro da matriz energética no Brasil

Bruno Kikumoto ressaltou ainda que o Brasil precisa extrair o melhor de cada fonte para, consequentemente, ter uma energia mais barata e competitiva, impulsionando assim outras empresas e indústrias e fazendo a roda da economia girar no país.

“Penso que a matriz energética precisa de todos esses elementos. Não dá para privilegiarmos uma tecnologia em detrimento da outra, e todas as fontes precisam ser avaliadas considerando todos os seus atributos: elétricos, financeiros, ambientais e sociais. Esse é o desafio que o governo tem. Precisamos que elas convivam de forma harmoniosa”, destacou.

O especialista acredita que com a consolidação das baterias, as renováveis devem substituir gradualmente as térmicas, mas esse movimento precisa ser bem pensando e de uma forma inteligente para não enfrentar problemas no caminho.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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