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As 10 principais tendências de armazenamento de energia em 2023

Entre os destaques está a estimativa referente ao preço das baterias de íons de lítio

Autor: 19 de janeiro de 2023Indicadores
7 minutos de leitura
As 10 principais tendências de armazenamento de energia em 2023

BNEF traça perspectivas com relação ao custos dos sistemas de armazenamento de energia. Foto: Reprodução

A BNEF (BloombergNEF) reuniu 10 tendências sobre o que acreditam ser alguns dos desenvolvimentos mais notáveis ​​no armazenamento de energia em 2023.

Entre os destaques estão as estimativas referente aos preços das baterias de íons de lítio, incentivos, custos dos sistemas de armazenamento e perspectivas de mercado.

Preço das baterias de íons de lítio

Segundo a consultoria, os preços permanecem elevados, com média de US$ 152/kWh. Em 2022, o custo ponderado por volume das baterias de íon-lítio em todos os setores foi em média de US$ 151 por kWh, um aumento de 7% em relação a 2021 – sendo a primeira vez que a BNEF registrou um aumento no preço.

Agora, esperam que o custo médio ponderado por volume das baterias suba para US$ 152/kWh em 2023. Os valores de lítio e níquel também permanecerão altos, dada a incerteza em torno da política de reabertura pós-Covid da China e a interrupção contínua de cadeias de suprimentos de metal causadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Volatilidade continua

A volatilidade na oferta, demanda e preços continua, embora os preços do lítio possam começar a diminuir com a nova oferta. No segundo semestre de 2022, os metais das baterias foram atingidos por eventos em todo o mundo: “a guerra entre Rússia e Ucrânia se intensificou, a batalha da China contra a Covid não ia embora, as pressões inflacionárias e os temores de recessão cresceram”.

No entanto, afirmaram que uma alta nos preços dos metais persistiu durante a maior parte do ano, e as perspectivas de longo prazo são otimistas (apesar dos sinais de que uma pequena desaceleração na demanda por metais pode ser iminente).

“Embora estejamos observando todos os metais da bateria em 2023, nos concentramos aqui no lítio, devido ao seu preço ao longo do segundo semestre de 2022”, indicaram.

Baterias de íons de sódio

De acordo com a BloombergNEF, os anúncios de um grande fabricante de baterias e de um fabricante de veículos de duas ou três rodas dão um impulso às baterias de íons de sódio que, “ainda em sua infância, estão começando a crescer”.

“Uma alternativa às de íon-lítio, as ofertas de tecnologia de bateria de íon-sódio podem aliviar as pressões do mercado de baterias – e potencialmente reduzir os custos – já em 2026. Para 2023, especulamos que pelo menos um grande fabricante lançará uma oferta significativa de bateria de íon de sódio”, disse a companhia.

“Além disso, acreditamos que dois grandes produtos de sistema de armazenamento de energia serão lançados e que pelo menos uma grande empresa de veículos de duas ou três rodas anunciará um modelo de automóvel alimentado por baterias de íons de sódio”, relataram.

Baterias de estado sólido

Na visão da BNEF, as baterias de estado sólido progridem, com novos anúncios adicionando mais de 40 GWh. “Tal tecnologia se tornou a mais promissora para aumentar a densidade de energia no nível da célula até 500 watts-hora por quilograma e reduzir os preços das baterias na segunda metade da década”.

Vários fabricantes líderes de baterias, como LG Energy Solution, CATL e SK, bem como startups como Solid Power, Prologium e Quantumscape, traçaram roteiros claros para comercializar baterias de estado sólido nesta década, por exemplo.

Investimentos

“A orientação da IRA (Lei de Redução da Inflação) dos Estados Unidos é divulgada, levando a mais de US$ 80 bilhões em novos investimentos para a cadeia de fornecimento de baterias”, afirmou a empresa.

A IRA foi sancionada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em 16 de agosto de 2022, injetando pelo menos US$ 369 bilhões na economia de energia limpa do país. “Com boa parte do dinheiro indo para o setor de energia e VEs (veículos elétricos), a norma representa o maior esforço até agora para fortalecer a cadeia de fornecimento de baterias nos EUA”.

“Nas seções ‘Crédito para Produção Industrial Avançada’ e ‘Crédito para Veículo Limpo’, a lei introduziu uma variedade de créditos para apoiar a cadeia de suprimentos doméstica, desde matérias-primas até células de bateria, módulos, VEs e armazenamento de energia”, apontaram.

Incentivos

Segundo a BloombergNEF, uma posição de bateria enfraquecida força a UE a repensar os incentivos. “À medida que a cadeia de fornecimento de baterias da América do Norte desfruta de um impulso do IRA, os players europeus provavelmente pressionarão a UE a oferecer novos incentivos também”.

“A BNEF estará atenta à resposta da UE, que pode incluir novos esquemas de subsídios para manufatura doméstica e exigências de ‘comprar europeu’ para conteúdo local”, ressaltaram.

Enfrentando a diminuição do entusiasmo pela fabricação local de baterias, a Europa estará sob pressão para afrouxar as regras de auxílio estatal (regras de concorrência da UE que restringem os gastos com subsídios ao nível de país e não através da UE), facilitar a permissão e potencialmente alocar fundos adicionais da UE para o fornecimento corrente de baterias.

Cadeia de fornecimento na China

À medida que as políticas que regulam a origem de matérias-primas se estabelecem na UE e nos EUA, a cadeia de fornecimento de baterias chinesa cria soluções alternativas criativas.

A BNEF afirmou que as empresas chinesas estarão observando de perto o lançamento da orientação do IRA, com atenção especial para a regulamentação de minerais críticos e componentes de bateria – e a definição de ‘entidades estrangeiras de interesse’.

“Há rumores de que a Ford e a CATL estão considerando a construção de uma fábrica de baterias em Michigan, EUA, em um arranjo complexo que permitiria à instalação colher benefícios fiscais, respeitando os termos da lei (a Ford seria proprietária da instalação enquanto a CATL a operaria)”, explicaram.

“Essas alternativas criativas se tornarão cada vez prováveis ​​entre as empresas chinesas, especialmente entre aquelas que estão interessadas em expandir para os Estados Unidos”, enfatizou a companhia.

Custos do sistema de armazenamento

Estimativas da BloombergNEF apontam que os custos ficam acima de US$ 300/kWh para um sistema pronto para uso de quatro horas.

Em 2022, o aumento dos preços de matérias-primas e componentes levou ao primeiro aumento nos valores do sistema de armazenamento de energia desde que a BNEF iniciou sua pesquisa de custos de ESS em 2017. “Espera-se que os custos permaneçam altos em 2023 antes de cair em 2024”.

Mercado dobrará

Na visão da empresa, o mercado de sistemas de armazenamento de energia dobra. “Tal segmento continuará a crescer apesar dos custos mais altos, adicionando cerca de 28 GW/69 GWh de armazenamento de energia até o final de 2023”.

Em termos de GWh, o mercado quase dobrará em relação às instalações de 2022. (em outubro de 2022, a BNEF estimou que 16 GW/35 GWh seriam instalados até o final do ano).

Hidrelétrica de bombeamento

Para a consultoria, a hidrelétrica de bombeamento voltou, atraindo mais investimentos do que outras tecnologias de armazenamento de longa duração. Apesar dos longos prazos de entrega, a BNEF está assumindo que investidores e formuladores de políticas estarão apostando no armazenamento de energia hidrelétrica bombeada em 2023.

“Especulamos que isso pode levar a investimentos mais comprometidos em hidrelétricas reversíveis do que em outras tecnologias de armazenamento de energia de longa duração este ano”, concluíram.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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