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Autoconsumo remoto: economia na conta de luz em condomínios residenciais

Bruno Queiroz, gerente de Novos Negócios da Cipa, destaca como síndicos podem aderir a este modelo de negócio

Autor: 26 de maio de 2023maio 29th, 2023Entrevistas
6 minutos de leitura
Autoconsumo remoto: economia na conta de luz em condomínios residenciais

Bruno Queiroz, gerente de novos negócios da Cipa. Foto: Reprodução/LinkedIn

As vantagens oferecidas pelos sistemas de energia solar, em meio a um cenário no qual o valor da conta de luz não para de subir no Brasil, têm chamado a atenção de diversos síndicos de prédios residenciais. 

A opção em levar aos condôminos a chance dos mesmos aderirem a uma fonte econômica e 100% renovável vem se tornando algo cada vez mais comum, ao ponto destes condomínios estarem se interessando mais em energia solar do que na instalação de portarias remotas e em melhorias para segurança do local. 

Nos últimos oito anos, entre 2015 e 2022, o valor da conta de luz registrou um aumento superior à evolução da inflação oficial do país, segundo estudo da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).  

Em entrevista ao Canal Solar, Bruno Queiroz, gerente de novos negócios da Cipa, uma administradora de condomínios, destaca quais formas existem hoje no mercado para os condomínios aderirem à energia solar, qual delas pode ser a mais viável e quais são os seus respectivos benefícios.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista

Fazenda de energia solar em operação. Foto: Freepik

Quais são as principais dúvidas que as pessoas, principalmente os síndicos, apresentam com relação à energia solar em condomínios residenciais? 

No Brasil, ainda existe um paradigma muito forte por parte das pessoas que é se faz ou não sentido ter um projeto de energia solar em condomínios residenciais. Na nossa opinião, é um investimento extremamente viável, uma vez que, hoje, a conta de luz é um dos três maiores gastos desse tipo de empreendimento, disputando com as despesas pessoais e com o consumo de água.

Outra dúvida muito comum é se existe condição e viabilidade técnica para que os condomínios residenciais receberem uma instalação fotovoltaica. Isso acontece, porque quando se fala em energia solar a primeira coisa que se pensa é no sistema instalado em um telhado do condomínio, sendo que essa não é a única opção. Existem, vários outros formatos que não se prendem a ter uma infraestrutura dentro do próprio condomínio. 

Mesmo assim, independente destas dúvidas, o que percebemos é que a facilidade para explicarmos todas essas questões para os síndicos está sendo bem mais fácil do que em anos anteriores. Percebemos que eles estão mais abertos a entender sobre o funcionamento da tecnologia, justamente, porque o assunto está cada vez mais em alta. No começo, era bem mais difícil a explicação do formato.  

Quais são as opções que existem hoje para que um condomínio residencial receba os benefícios da energia solar? 

Existem hoje dois modelos que são praticados, sendo que não existe um melhor do que o outro. O que existe são condições que precisam ser avaliadas para cada tipo de condomínio. 

Pensando numa infraestrutura local, onde as placas seriam instaladas dentro do empreendimento, acaba sendo uma opção com crédito mais agressivo. Ou seja, uma economia maior no ticket de energia, uma vez que estamos falando de um gerador local.

Contudo, na prática, é um modelo menos viável já que, dificilmente, haverá espaço físico suficiente dentro do condomínio para que se faça 100% do consumo dos moradores. Além disso, é um modelo que requer um investimento relativamente alto e que precisa de manutenções regulares. 

Já no caso do modelo de geração remota, não existe a necessidade de realizar um investimento. Isso ocorre, porque o condomínio se associa por meio de uma fazenda solar para gerar créditos sem precisar contar um sistema dentro do condomínio. É um modelo de adesão, no qual se assina um contrato (geralmente de dez anos) e se credita o custo do kW na conta de luz.  

É uma compra que fica muito mais barata do que ficar pagando para a concessionária de energia. A gente tem um parceiro hoje, por exemplo, que já implantou 11 projetos de energia solar em condomínios residências e que a economia com o ticket médio na conta de luz mensal está em torno de 15%, o que é um valor muito bom quando se coloca na ponta do lápis a economia feita ao longo dos anos sem a necessidade, como falei, de um investimento para aquisição desta tecnologia.  

Para os síndicos que precisam convencer os moradores, em especial os mais velhos, que, muitas vezes, acabam sendo um tanto quanto céticos com relação a algumas novidades, quais dicas você daria para que ele consiga falar sobre essa opção? 

Eu sempre costumo brincar que comunicação em condomínio é uma arte complexa, porém possível. No caso da energia solar, eu diria que existem dois  gatilhos que devem ser explorados, porque são reais e tangíveis.

O melhor é falar para os condôminos que eles podem ter economia na conta de luz sem precisar fazer qualquer tipo de investimento, por meio do autoconsumo remoto. É um fator que sensibiliza qualquer morador, independente da idade.

Quando a energia solar chegou no mercado predial, ela veio com essa ideia de que é preciso instalar um sistema no próprio condomínio, enquanto que a energia remota chegou só depois. 

Isso ficou latente na cabeça das pessoas que – para ter a economia por meio de um sistema de energia solar em condomínio – passaram a acreditar que a única forma é ter que fazer investimento que vai aumentar a cota condominial, quando, conforme vimos, não é a única opção.  

Além de falar de economia, outro argumento que pode ser levado pelos síndicos é a pauta sustentável, uma vez que as pessoas estão cada vez mais engajadas com as questões ambientais. Para quase todas elas, saber que o seu condomínio está contribuindo com o futuro das próximas gerações também é um argumento com forte aceitação. 

Todas as assembleias que fizemos com nossos clientes, onde o síndico leva essas explicações para os demais moradores, juntamente com um técnico nosso que enviamos ao local para auxiliá-lo em dúvidas, a experiência foi ótima e bem aceita pelos moradores.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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