Cabos e conectores ainda são negligenciados, diz gerente da Staubli

Resultado disso tem culminado em problemas que vão desde perdas de energia até incêndios, segundo William Mass
Cabos e conectores ainda são negligenciados, diz gerente da Staubli
William Mass, gerente de desenvolvimento de negócios da Staubli. Foto: LinkedIn/Reprodução

Um sistema de energia solar é formado por diversos equipamentos e que vão muito além dos módulos e dos inversores fotovoltaicos. 

Um exemplo disso são cabos e conectores, que – assim como os demais produtos – se não forem bem instalados, podem causar inúmeros problemas para uma usina. 

Contudo, infelizmente, a aquisição e a utilização desses dois produtos ainda são muito negligenciados pelos profissionais do mercado, segundo William Mass, gerente de desenvolvimento de negócios da Staubli

Em entrevista ao Canal Solar, o executivo destacou que tanto os cabos quanto os conectores representam hoje, em média, menos de 1% do CAPEX (Despesa de Capital, em português) de um projeto de energia solar, justamente por serem componentes de custo baixo. 

Por esse motivo é comum vermos alguns projetistas, engenheiros e técnicos de instalação negligenciando esse assunto, achando que por ser um item ‘baratinho’ é melhor deixar para decidir depois qual cabo e conector utilizar no seu projeto”, disse ele.

Conectores e cabos organizados em um sistema de energia solar. Foto: Canal Solar

O resultado disso tem culminado em uma série de problemas em sistemas instalados no país, que vão desde uma simples perda de energia para o cliente até incêndios causados em decorrência de erros que poderiam ter sido evitados se houvesse uma atenção maior aos cabos e conectores. 

Segundo Mass, um dos erros mais comuns é a utilização de conectores inapropriados e fora do que prevê a NBR 16.690 – norma técnica de segurança ligada a instalação e arranjos fotovoltaicos, na qual há um capítulo específico sobre conectores de corrente contínua.

“Quando falamos de conectores de corrente contínua para fotovoltaico, muitos profissionais ainda acham que o MC4 é um padrão de conector, quando na verdade é produto desenvolvido pela Staubli e que vem sendo o principal conector do mercado”, disse ele. 

O executivo destacou que a NBR 16.690 diz, por exemplo, que os conectores de um sistema de energia solar tem que ser do mesmo padrão e do mesmo fabricante. Ou seja, o conector do fabricante A teoricamente não pode se conectar com o do fabricante B.   

“Por que essa conexão não deve acontecer? Porque cada fabricante tem a sua limitação de construção. Ou seja, a Staubli usa uma dimensão para construir o MC4 enquanto que outro fabricante usa uma outra dimensão para o seu conector. Quando esses dois conectores são conectados, podem causar uma série de problemas, com o incêndio sendo o último grau”, pontuou Mass. 

Uso de ferramentas adequadas

Durante a entrevista, o gerente da Staubli também lembrou que muitos integradores e profissionais do setor também precisam começar a se atentar para o uso de ferramentas específicas para a montagem de um conector, como alicates e chaves para cada tipo de ocasião. 

“Por incrível que pareça, poucas pessoas utilizam esses equipamentos, seja por causa de custo ou negligência mesmo. Por exemplo, para fazer o fechamento do MC4 existe uma chave específica para fazer o travamento do prensa-cabo e tem pessoas que usam a mão para fazer isso”, disse o executivo.

Mass ressalta ainda que de nada adianta os integradores trabalharem com um argumento de venda de que um sistema de energia solar tem uma vida útil de 25 a 30 anos, se os mesmos não se preocuparem com os equipamentos que estão utilizando e com a montagem correta dos cabos, conectores e demais tecnologias. 

Durante a entrevista, o gerente da Staubli também falou sobre outros assuntos relacionados ao uso das tecnologias e sobre como a empresa vem trabalhando para aperfeiçoar equipamentos para o mercado nacional. 

Confira a entrevista completa:


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Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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