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Confira as capitais brasileiras que estão na contramão das metas climáticas

Metrópoles devem reduzir mais de 50% das emissões para Agenda 2030
Confira as capitais brasileiras que estão na contramão das metas climáticas
O Brasil é o sexto maior poluidor climático. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para cumprir as metas climáticas da agenda de 2030, é preciso reduzir mais da metade do volume de emissões líquidas de carbono em cinco das dez capitais mais populosas do país. Nas demais localidades, a redução necessária é de pelo menos 30%

Os dados são do levantamento realizado pelo ICS (Instituto Cidades Sustentáveis), com base no SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa) de 2022

Só em 2022, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa. Uma das metas estabelecidas pela agenda 2030 é a redução das emissões líquidas para 0,83 tonelada por habitante

De acordo com o relatório global CAIT (Climate Watch) da WRI (World Resources Institute), o Brasil é o sexto maior poluidor climático, com 3% do total global, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Indonésia. 

As mudanças de uso da terra, que incluem o desmatamento dos biomas brasileiros, lideraram o ranking como principal responsável pelas emissões de gases do efeito estufa, com 1,12 bilhão de toneladas brutas de CO2e, ou seja, 48% do total nacional.

O setor agropecuário é o segundo maior responsável pelas emissões, com cerca de 617 milhões de toneladas, ou seja, 27% das emissões brutas do país

O setor de energia fica em terceiro lugar, com 412 milhões de toneladas, equivalente a 18% das emissões. O setor de resíduos emitiu 91 milhões de toneladas, representando 4% e os processos industriais emitiram 78 milhões de toneladas, 3% do total de emissões do país.

Participação dos setores no perfil das emissões brasileiras em 2022. Imagem: SEEG/Reprodução

Geração de energia 

Devido às atividades de queima de combustíveis fósseis, em 2022, a geração de energia foi responsável por 18% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Além da geração de eletricidade, a queima de combustíveis em setores como transporte e indústria estão incluídos nas estatísticas da SEEG.

Apesar disto, o setor apresentou redução nas emissões com 36 milhões de toneladas a menos de CO2e em comparação com 2021. Esses números são resultado do maior uso de fontes renováveis de energia, reduzindo a necessidade de fontes poluentes.

A redução de emissões nos setores de energia é fundamental para cumprir as metas climáticas estabelecidas pelo Brasil. Nesse cenário, a diversificação das fontes de energia para alternativas renováveis são caminhos essenciais para reduzir o impacto ambiental.

Emissões de gases
de efeito estufa nos
setores de Energia
e Processos
Industriais (PIUP). Imagem: SEEG/Reprodução
Emissões de gases de efeito estufa nos setores de Energia e Processos Industriais (PIUP). Imagem: SEEG/Reprodução

Manaus é líder de emissões por habitante  

Manaus (AM) é a 7º cidade mais populosa do país e lidera o ranking de emissão por habitante com 3,06 toneladas

Esse número se dá à dependência do transporte rodoviário, que usa em sua maior parte combustíveis fósseis e ao elevado índice de emissão industrial.

Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro (RJ) é o segundo no ranking de emissões, com 2,03 toneladas por habitante

Também dependente de transportes à base combustíveis fósseis, o setor industrial e as atividades portuárias, a cidade enfrenta desafios para a adoção de fontes de energia renováveis.

Belo Horizonte

Belo Horizonte (MG) ocupa a terceira posição com emissão de 1,82 toneladas por habitante. As emissões da cidade são impulsionadas pelo setor de transporte e pelo consumo de energia.

Salvador é a cidade com melhor desempenho 

A cidade de Salvador (BA) tem o melhor desempenho do ranking, com apenas 1,19 toneladas por habitante. O município mais próximo de alcançar a meta de 0,83 tonelada.

O desempenho da cidade é graças às políticas de mobilidade sustentável  e investimentos em energia renovável. Além das iniciativas de reflorestamento urbano e melhoria da eficiência energética.

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Emily Castro
Graduanda em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Possui experiência na produção de matérias para portais jornalísticos, rádio e podcast.

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