CELA: volume de energia renovável contratada no ACL caiu 30% em 2022

Preço, taxas de juros e custo do capital estão entre os motivos que acabaram por retrair a contratação no longo prazo
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Nesta edição, foram entrevistadas 15 empresas geradoras, com o equivalente a 11,1 GW de capacidade. Foto: Pixabay

Levantamento recente realizado pela consultoria CELA (Clean Energy Latin America) constatou que o volume de energia contratada de projetos eólicos e solares no mercado livre caiu 30% entre março de 2022 e março de 2023.

Os motivos da queda estão ligados à redução de preços da energia no longo prazo, ao aumento das taxas de juros e à elevação do capital para implantação dos projetos, o que acabou por retrair a contratação de energia no longo prazo no ambiente livre no Brasil.

Embora o volume contratado tenha sido menor em 2022, destacou a consultoria, o mercado registrou um número maior de contratos no período, saltando de 15 PPAs  (Power Purchase Agreement) assinados em 2021 para 22 PPAs celebrados em 2022, que equivalem a 516 MW médios contratados.

“Percebemos, no último ano, uma maior aposta no mercado livre de projetos de autoprodução de energia, modalidade que viabilizou os PPAs ao longo de 2022, inclusive em nova modalidade de autoprodução com arrendamento de usinas pela primeira vez”, comenta Camila Ramos, CEO da CELA.

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Contratos de longo prazo no mercado livre entre 2013 e 2022. Fonte: CELA

Na sétima edição, o estudo da CELA traz os PPAs assinados entre janeiro e dezembro de 2022, além de análises históricas coletadas nos últimos seis anos pela consultoria junto às empresas, que somam 111 PPAs de longo prazo de eólica e solar no ACL, equivalente a 3.093 MW médios contratados. Desses, 75 são PPAs de solar (2.008 MW médios) e 36 são PPAs de eólica (1.086 MW médios).

A proposta do estudo, que ouviu entre janeiro e março de 2023 as principais empresas geradoras de renováveis com informações de contratos de longo prazo, é trazer um panorama do segmento de PPAs de solar e eólica no ACL, com base em entrevistas com os participantes, e ainda traz análises mais detalhadas desses 111 PPAs, inclusive preço, prazo, indexação, submercado, financiamento, entre outros.

Nesta edição foram entrevistadas 15 empresas geradoras, com o equivalente a 11,1 GW de capacidade com PPAs assinados. A CELA ressalta que o estudo não é o retrato do mercado como um todo.

Imagem de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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