Segundo o relatório global “Atlas Setorial”, divulgado pela Allianz Trade, em 2023, estima-se que cerca de US$ 2,8 trilhões serão investidos em energia, com mais de US$ 1,7 trilhão destinado à energia limpa, incluindo renováveis, nuclear, redes, armazenamento, combustíveis de baixa emissão, melhorias de eficiência e eletrificação.
O restante, um pouco mais de US$1 trilhão, será destinado ao fornecimento de combustíveis fósseis não controlados e eletricidade, dos quais cerca de 15% serão destinados ao carvão e o restante ao petróleo e gás.
O estudo analisou os riscos de não pagamento de empresas em 18 setores da economia, em 70 países, e mostra que os investimentos em energia limpa foram impulsionados por uma variedade de fatores, incluindo melhores condições econômicas em um momento de preços elevados e voláteis dos combustíveis fósseis.
“No que diz respeito ao petróleo e gás, a demanda global por petróleo está projetada para atingir mais de 100 milhões de barris por dia (mb/d) em 2024, em comparação com 91,2 mb/d em 2020, impulsionada pelo aumento do consumo nas economias em desenvolvimento, especialmente na Ásia”, afirmou Felipe Tanus, diretor de Crédito da Allianz Trade no Brasil.
Os economistas que desenvolveram o estudo analisaram as forças e fraquezas do setor de energia e o avaliaram com um risco médio para as empresas:
Forças:
- Aumento do investimento em energia limpa;
- Melhoria da economia em um momento de preços altos e preços voláteis dos combustíveis fósseis;
- Maior apoio político por meio de vários instrumentos;
- Forte alinhamento das metas climáticas e de segurança energética;
- Foco na estratégia industrial à medida que os países buscam fortalecer sua soberania.
Fraquezas:
- Desequilíbrios geográficos no investimento;
- Infraestrutura de rede elétrica fraca em muitas economias, incluindo os EUA;
- Incertezas sobre a demanda de longo prazo de combustíveis fósseis;
- Altos gastos iniciais necessários para investimentos em energia limpa;
- Elevados requisitos de financiamento;
- Vulnerabilidade a riscos geopolíticos.
Os principais pontos de atenção do setor, segundo o relatório, são:
- Aumento das taxas de juros;
- Regulamentação verde, uma oportunidade para energias renováveis e energia e um risco para petróleo e gás;
- Políticas públicas de infraestrutura;
- Desenvolvimentos geopolíticos (guerra na Ucrânia, China-EUA, Oriente Médio, etc).
O estudo aponta ainda que, devido aos preços flutuantes do petróleo, tensões geopolíticas e à contínua transição energética, a perspectiva para o petróleo e gás global permanece incerta.
“O setor continua sendo lucrativo, com a indústria global de petróleo e gás faturando cerca de US$ 4 trilhões em 2022. Sendo assim, a lucratividade das empresas do setor depende fortemente dos preços do petróleo”, comentou Tanus.
Metodologia
A Classificação de Risco Setorial da Allianz Trade Economic Research avalia o risco de não pagamento por empresas de 18 setores em 70 países em todo o mundo.
A pesquisa é medida em uma escala de quatro níveis, de Baixo a Alto. As avaliações de risco do setor são baseadas na avaliação prospectiva de quatro determinantes principais – demanda, lucratividade, liquidez e ambiente de negócios – usando dados internos da Allianz Trade e julgamentos de especialistas, bem como dados concretos de fontes secundárias.