Com colaboração de Viviane Lucio
O Climate Investment Funds, um dos maiores fundos climáticos multilaterais do mundo, anunciou a implantação de até US$ 1 bilhão em financiamento como parte do programa de investimento Industry Decarbonization.
O anúncio foi feito durante o dia ministerial do 15º Clean Energy Ministerial (CEM15) na quinta-feira (4). Também foi lançada uma chamada para manifestações de interesse, convidando países em desenvolvimento a participar deste programa inédito.
Os países elegíveis são convidados a enviar manifestações de interesse até 17 de janeiro de 2025, no CIF.org.
“O futuro depende da descarbonização de setores com altas emissões. Para atingir nossas metas climáticas, precisamos que as emissões da indústria diminuam em 20% até 2030 e 93% até 2050”, ressaltou Tariye Gbadegesin, CEO do Climate Investment Funds.
“Fundamentalmente, a descarbonização industrial e os empregos verdes na cadeia de suprimentos podem impulsionar uma transição justa e próspera. É para isso que o CIF foi criado, para acelerar as tecnologias do futuro para resolver nossos maiores desafios climáticos”, acrescentou.
“O Banco Mundial está aumentando o suporte aos nossos países clientes para enfrentar a questão crítica da descarbonização industrial para reduzir as emissões neste setor difícil de reduzir que impulsiona o crescimento econômico, a competitividade e a criação de empregos, comentou Demetrios Papathanasiou, diretor Global do Departamento Global de Energia e Extrativos do Banco Mundial..
“O novo Programa de Descarbonização Industrial do Climate Investment Funds fornecerá financiamento concessional que é vital para ajudar os países a atingir seus objetivos de desenvolvimento climáticos e catalisar o investimento do setor privado”, completou.
Atualmente, o setor industrial representa um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, e esse número está aumentando rapidamente. Isso ocorre porque, segundo o Climate Investment Funds, os países em desenvolvimento dependem da produção industrial para fazer suas economias crescerem.
Por exemplo, espera-se que a demanda global por alumínio aumente em 80% até 2050. Cimento e aço também são cada vez mais necessários, principalmente para dar suporte à transição para energia renovável.
O programa Industry Decarbonization do CIF investirá em projetos pioneiros de baixo carbono nesses setores com o objetivo de para reduzir o impacto climático de indústrias de alta emissão.
O programa estimulará a inovação, fornecerá provas de conceitos para novas tecnologias e promoverá uma transição justa. O financiamento CIF será implantado por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento parceiros.
O programa de investimento em Descarbonização da Indústria do CIF faz parte do Fundo de Tecnologia Limpa de US$ 8,6 bilhões. As manifestações de interesse recebidas serão avaliadas por um painel de especialistas independentes que enviará recomendações ao Comitê do Fundo Fiduciário do Fundo de Tecnologia Limpa.
Programa global financiará projetos de descarbonização da indústria
MME libera recursos para projetos de hidrogênio verde
A indústria nacional contará com cerca de R$ 6 bilhões em investimento para sua descarbonização por meio de hubs de hidrogênio. A iniciativa conta com a parceria do CIF (Climate Investment Funds) e investimento do Reino Unido. O fundo internacional vai disponibilizar financiamento de baixo custo para alavancar projetos do setor.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (03) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante reunião com a presidente do CIF, Tariye Gbadegessin e a ministra do Clima pelo Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Kerry McCarthy, em Foz do Iguaçu (PR).
Para alavancar a iniciativa, o governo abrirá uma chamada pública para o recebimento de projetos em hidrogênio de baixa emissão de carbono.
De acordo com Silveira, a ação busca soluções que atendam aos critérios de elegibilidade, alinhadas com os objetivos do CIF e focadas na descarbonização de setores industriais difíceis de abater.
As propostas selecionadas poderão compor o plano de investimentos do Brasil para acessar o financiamento, que poderá cobrir desde projetos de engenharia até a aquisição de equipamentos e capital de giro.
De acordo com Silveira, esses polos servirão para integrar as etapas de produção, armazenagem e transporte, conectando diferentes setores da economia. “Estruturar estes polos nos permitirá atender não só a demanda local, como nos tornar um país competitivo no cenário global de hidrogênio“, disse o ministro.
“Essa ação é parte fundamental do PNH2 (Programa Nacional de Hidrogênio), e está alinhada com o nosso plano de trabalho trienal 2023-2025. Queremos consolidar polos de hidrogênio de baixa emissão no Brasil até 2035, aproveitando nossa vasta riqueza de produtos energéticos e a criatividade do nosso setor industrial”, afirmou o ministro.
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