A Coopercam (Cooperativa dos Cafeicultores de Campos Gerais e Campo do Meio) estima economizar mais de R$ 240 mil por ano com a instalação de uma usina solar fotovoltaica na sua sede em Campos Gerais (MG).
A planta foi instalada em um espaço de 4 mil m², com 192 kWp de potência e 480 módulos fotovoltaicos. A expectativa é que a usina produza, em média, 23 mil kWh de energia por mês.
“Esse é um novo passo que estamos dando para reduzir os gastos na cooperativa. Além disso, estamos aproveitando uma fonte natural para a geração de energia limpa e, assim, contribuindo para o meio ambiente”, explica José Afonso Gomes, diretor administrativo da Coopercam.
Gomes também destaca que as vantagens da energia solar foram decisivas para a tomada de decisão. “São inúmeros os benefícios desse sistema. E, para chancelar esse projeto, fizemos todos os estudos necessários. A conclusão que chegamos é que vale muito a pena ter esse sistema em suas dependências, principalmente para a redução dos custos”, ressalta o executivo.
Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), comenta que este tipo de investimento é recorrente devido à economia obtida. “Tem sido comum que cooperativas de produtores rurais se organizem para fazer aquisições, compras em blocos e, com isso, conseguir descontos, condições mais competitivas e atrativas para os seus insumos produtivos e para suas contratações de serviços. Além disso, os produtores também têm feito uso destes mecanismos de cooperativismo na área de energia solar para reduzir seus custos de produção”, ressalta o executivo.
A usina solar da Coopercam foi projetada e construída pela Eletrovan Engenharia, especializada em sistemas solares fotovoltaicos. A empresa atua nos estados de Minas Gerais e Goiânia, e realiza projetos para residências, indústrias, estabelecimentos comerciais e área rural.
Expansão da fonte solar no setor rural
O uso da energia solar no setor rural tem crescido com força no país. Segundo levantamento exclusivo do Canal Solar, a potência instalada da fonte fotovoltaica no meio rural brasileiro registrou um aumento de 120% no primeiro semestre deste ano em comparação com 2019, subindo de 63 MW para 142 MW de potência.
Sauaia comenta as expectativas do mercado para os próximos anos. “Recentemente, o segmento rural ultrapassou o industrial e hoje já representa 11,7% de toda potência instalada em geração distribuída solar no país. Com isso, o setor rural contribui de forma significativa para o mercado fotovoltaico e a expectativa é de que esta participação cresça ao longo dos próximos anos”, afirma o executivo.
Ainda de acordo com Sauaia, este crescimento é impulsionado por um conjunto de benefícios que a fonte solar proporciona. “Os produtores rurais têm área disponível e também, às vezes, áreas construídas, de telhados, fachadas e estacionamentos, disponíveis para fazer o uso da tecnologia. Além disso, possuem acesso às linhas de financiamentos positivas para o uso da energia fotovoltaica e, graças a uma ação da ABSOLAR com o Ministério da Agricultura, os que quiserem investir em energia solar fotovoltaica podem usar recursos do Plano Safra 2020-2021”.
Fora os atrativos para o investimento em energia fotovoltaica, Sauaia lista as diversas aplicações da fonte solar no segmento rural. “No campo, a energia solar tem um conjunto abrangente de aplicações. A mais utilizada está no bombeamento e irrigação de água. Ademais, os sistemas fotovoltaicos também são utilizados na produção leiteira, para a refrigeração de leite, na produção de proteína animal e para a refrigeração de carnes. Ainda podem ser utilizados em processos produtivos, em tanques de aquicultura para manter a oxigenação, em cercas elétricas para manejo animal, em sistemas de comunicação, segurança e vigilância e, para levar energia elétrica à regiões de propriedades que não estejam conectadas às rede”, elenca Sauaia.