Os preços da energia elétrica somente nos Estados Unidos podem subir 8,6% caso as empresas não adotem fontes renováveis para abastecer seus data centers, segundo aponta o relatório “Famintos por energia: como a IA impulsionará a demanda por energia”, divulgado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
O estudo destaca que a demanda global por eletricidade pode mais do que triplicar até 2030, alcançando cerca de 1.500 TWh.
As estimativas são de alta de 22% no consumo dos Estados Unidos, 13% na Europa e 10% na China, segundo projeções das consultorias McKinsey e JP Morgan.
Atualmente, os data centers representam aproximadamente 1,5% do consumo global de energia elétrica. Nos Estados Unidos, essa participação é ainda maior, chegando a 4%.
Na Virgínia, estado com forte concentração de data centers, cerca de 26% do consumo total de eletricidade em 2024 foi destinado a essas instalações.
O relatório do FMI aponta ainda que o crescimento anual do PIB global pode aumentar em 0,5% graças à disseminação da inteligência artificial.
Somente no quarto trimestre de 2024, Alphabet, Amazon, Meta e Microsoft investiram, juntas, quase US$ 75 bilhões (R$ 428 bilhões) em expansão de infraestrutura de data centers.
Trata-se de um volume cinco vezes maior do que os US$ 15 bilhões (R$ 85 bilhões) aplicados no primeiro trimestre de 2019.
Brasil buscará isentar data centers
O Governo do Brasil deverá enviar ao Congresso Nacional até o fim deste semestre uma proposta para desonerar de tributos federais os investimentos em tecnologia da informação destinados a data centers.
A medida será apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante visita ao Vale do Silício, segundo informações de quatro fontes ouvidas pela Agência Reuters.
A proposta prevê incentivos fiscais, segurança jurídica e regras específicas para o setor, com foco em grandes centros de processamento de dados usados por empresas de tecnologia, bancos e serviços digitais.
Batizada de Política Nacional de Data Centers, a iniciativa deve contemplar isenções de IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação sobre equipamentos utilizados na fase de implantação desses centros.
O Governo estima que a nova política poderá destravar cerca de R$ 2 trilhões em investimentos ao longo da próxima década.
As fontes ouvidas também indicaram que os projetos beneficiados deverão atender a critérios de sustentabilidade, como a utilização de 100% de energia renovável em suas operações.
Outras exigências incluirão a reserva de parte da capacidade dos centros para o mercado doméstico, mesmo em projetos voltados para exportação, além da contribuição para um fundo de apoio ao ecossistema de inteligência artificial no Brasil.
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