Impulsionada por data centers, autoprodução lidera contratos de solar e eólica no mercado livre

Abertura do ACL para consumidores de menor porte fez quantidade de acordos crescerem entre 2023 e 2024, aponta CELA
Impulsionada por datacenters, autoprodução lidera contratos de solar e eólica no mercado livre
Foto: Freepik

Os projetos de autoprodução no Mercado Livre de Energia em 2024 mantiveram o protagonismo nos contratos de longo prazo de energia renovável (solar e eólica), impulsionados principalmente pelos datacenters que operam no Brasil, segundo estudo divulgado nesta terça-feira (18) pela CELA (Clean Energy Latin America).

De acordo com a consultoria, a modalidade de autoprodução foi responsável por 30 contratos de compra e venda de energia de longo prazo assinados no ano passado, num total de 31 acordos celebrados no período.

Ao todo, foram 18 contratos de energia solar e 11 acordos de fonte eólica, além de dois projetos híbridos (eólica e solar), equivalentes a 1,7 GW de plantas fotovoltaicas e 0,6 GW de eólicas.

Com a maior abertura do Mercado Livre de Energia para os consumidores do perfil varejo de menor porte, a quantidade de contratos de longo prazo cresceu de um ano para outro. Em 2023, foram 23 acordos mapeados. Já o volume de energia comercializada caiu de 969 MW médios para 659 MW médios entre os períodos. 

Essa queda, segundo análise da CELA, é explicada pela mudança de perfil do consumidor que entra no Mercado Livre com a maior abertura e, principalmente, pelos entraves recentes enfrentados pelo setor, como dificuldades de aprovar e conectar projetos na rede, recrudescimento das políticas de incentivos e maior acirramento na venda de energia no ambiente de contratação livre.     

Ainda segundo o estudo, que está na sua 9ª edição, no último ano, o volume financiado por instituições financeiras dos PPAs assinados foi de R$ 3,9 bilhões, ante os R$ 5,4 bilhões em 2023. 

Para Camila Ramos, CEO da CELA, os projetos de autoprodução têm se tornado, ao longo dos últimos três anos, a principal aposta dos grandes consumidores de energia no mercado livre, justamente pela viabilidade econômico-financeira combinada com garantia de suprimento renovável para os consumidores.

A modalidade de autoprodução consiste no suprimento de energia renovável para grandes consumidores que podem contratar livremente a eletricidade de uma usina construída para tal finalidade. 

“Esses projetos ganharam uma grande participação dos datacenters no país e são hoje a mola propulsora do Mercado Livre, com grande aderência, inclusive, dos novos entrantes pela maior abertura do ACL no último ano”, explica Camila. 

Segundo ela, outras tendências significativas no setor são os contratos em dólares, que “têm se tornando cada vez mais relevantes nos acordos assinados nos últimos anos e o surgimento de contratos de autoprodução com prazos mais curtos”, ressaltou.  

O relatório completo da CELA traz 93 páginas com análise detalhada desses contratos, incluindo preços dos contratos, compradores de energia (offtakers), prazo dos contratos, perfil da entrega da energia, preço da modulação, tratamentos contratuais do curtailment, financiamento, custo de implantação dos projetos, entre outros.

Desde a primeira edição do relatório da CELA, em 2017, foram mapeados 171 PPAs de energia eólica e solar de longo prazo no Mercado Livre, que representam uma capacidade instalada de 17,4 GW. 

O acumulado desses contratos equivale a 4.806 MW médios, sendo 2.803 MW médios de energia solar, 1.945 MW médios de energia eólica e outros 50 MW médios de energia híbrida. 

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Foto de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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