“O mercado esse ano, especificamente, não vai ser fácil, mas todo ano tem desafio. Apesar disso, sempre tem oportunidade.” Esta é a análise de Eduardo Gama, Head of Sales LATAM da Astronergy.
Durante o episódio #118 da quarta temporada do podcast Papo Solar, transmitido na terça-feira (21), o executivo participou para discutir questões fundamentais para o setor solar em 2025, abordando desde a regulamentação da inversão de fluxo até as oportunidades geradas por novos modelos de negócio.
Apesar do mercado brasileiro estar enfrentando desafios como a inversão de fluxo e mudanças regulatórias, ele comentou que há grandes oportunidades para os profissionais e empresas do setor se adaptarem e para investirem em capacitação e inovação.
Inversão de fluxo
Para Gama, o número de ocorrências relacionadas à inversão de fluxo melhoraram desde a manifestação realizada pelo setor em novembro de 2024 em frente à sede da CPFL e da RGE.
Contudo, ele disse que a situação segue sendo um “ponto bem crítico” em diversas áreas de concessão pelo país.
“Podemos questionar a metodologia, se poderia ser diferente, mas entendemos que as concessionárias estão jogando com a regra de baixo do braço e aproveitando algumas brechas onde não há 100% de clareza no que a gente pode fazer, ou não, ou como tratar isso”, disse ele
“Dependendo do nível de complexidade, temos mecanismos como advogado e o próprio Canal Solar para poder dar orientações. É algo que temos que lidar e dificilmente vai parar de acontecer este ano”, afirmou
Contudo, o profissional pontuou que mesmo com todos os problemas, o setor tem algumas alternativas, como os sistemas com baterias, para evitar a reprovação de projetos. “Eu tendo a ser muito otimista e não ficar parado olhando só os problemas, senão a gente não vai sair do lugar”, concluiu Gama.
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Capacitação profissional
De acordo com o executivo, hoje existem muitos profissionais que se capacitam, mas ao mesmo tempo tem outros que “simplesmente olham o setor solar como oportunidade, sem se capacitar”.
‘Você sempre tem que ressaltar as vantagens do seu serviço e do seu produto, porque se algum instalador tem qualificação e não fala, o consumidor não vai saber. Então, é importante você dar referência, você dar certificações, você falar da qualidade do seu produto, do distribuidor também”, disse o convidado.
“É um cuidado que você tem que ter para construir sua reputação, pegando as indicações, pedindo referências, assim você começa a fugir da briga de preço. A gente tenta vender valor, mas não adianta vender valor sem estar capacitado para vender valor”, finalizou Eduardo Gama.
Mercado brasileiro em 2025
“Olhando o mercado especificamente brasileiro, ao longo do ano vai haver a introdução de heterojunção, por conta especificamente do ex-tarifário”.
“Mas o fim do ex-tarifário não é o fim do mundo! Lógico que o cliente sempre vai olhar o CAPEX, o investimento, mas supondo que a gente não tenha alternativas, a viabilidade de negócio ainda acontece. O risco do curtailment é muito maior do que o impacto no CAPEX”, explica Gama.
Para Bruno Kikumoto, CEO do Canal Solar, “a gente fica muito preocupado com o que vai mudar, e o que vai mudar, você não sabe, se soubesse, antecipava. Mas, a gente tem que se preocupar com o que a gente sabe que não vai mudar, como o consumo de energia e o preço da tarifa”.
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Novas oportunidades de investimento
“A GD 1 está acabando, mas conversei com um amigo meu e ele falou que está olhando usina flutuante. Este é um mercado que poucas pessoas estão olhando e tem 500 megas de oportunidade. Quando todo mundo estava pessimista, ele estava super otimista porque ele viu as oportunidades”.
“Uma das coisas que está super em alta é a questão da bateria, eu vi um distribuidor vendendo bateria para apartamento em São Paulo, isso é olhar a oportunidade em um momento horrível. Quando se está a quatro dias sem energia, tá bom, o cliente está interessado em pagar um pouquinho a mais porque para um comércio, isso faz total sentido quando vai perder faturamento”, conclui Eduardo Gama.
Assista ao episódio completo
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