Nos próximos quatro anos, é estimado que o Brasil tenha 45 GW de capacidade instalada em energia solar. Está é a análise de Tarcísio Dario, diretor de Operações da Horus, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos.
Durante webinário promovido pelo Canal Solar, o executivo destacou ainda que quase quatro milhões de sistemas estarão conectados à rede no país, “em um cenário equilibrado, moderado de desenvolvimento do setor”.
“A solar representaria, por nossa projeção, em média, 18% da energia consumida no Brasil, o que nos colocaria entre os dez ou oito maiores do mundo neste segmento”, comentou.
“No entanto, para um país com o tamanho e potencial do Brasil, é um número baixo. Estas projeções estão pautadas em questão de taxa de juros, Selic e investimentos. Temos alguns impeditivos, alguns fatores de impacto que inibem o nosso desenvolvimento”, pontuou.
Fatores de impacto
Referente aos fatores que influenciam no crescimento do setor fotovoltaico no Brasil, na visão de Dario, está a variação cambial. “Inclusive, ano que vem é ano de eleição. Neste período, o mercado fica um pouco ‘estressado’”.
“Temos uma polarização política muito grande. O segmento fica com incertezas e, consequentemente, há uma tendência de alta no câmbio. Subiu o dólar? Sobe a energia, a placa solar, o custo do inversor e cabos”, disse.
“Em função disso, deve faltar produtos no ano que vem. Uma alta no câmbio pode significar aumento no custo dos equipamentos. A volatilidade do mercado está complicada. O preço muda de um dia paro o outro, e nunca é para abaixo, é sempre para cima”, relatou.
Segundo o especialista, a economia é dolarizada e, portanto, é preciso se preocupar com o poder de investimento das indústrias num cenário com Selic alta, “As linhas de créditos são imprescindíveis para viabilizar que o Brasil saia dessas amarras na questão energética”.
Expectativas para 2022
Ao longo do webinário, o especialista discorreu ainda sobre as expectativas de mercado para 2022. “Para o ano que vem, a capacidade produtiva mundial em módulos deve atingir 200 GW, dados do governo chinês”. A China já comprou 100 GW. Então, vamos brigar pela outra metade com os americanos e europeus”, concluiu o diretor de operações da Horus.