A China retomou as atividades no começo desta semana após o ano novo chinês ter sido prorrogado pelo governo devido ao surto de coronavírus no país. Em entrevista ao Canal Solar, empresas do setor de energia solar fotovoltaica comentou quais são as expectativas quanto ao abastecimento de equipamentos no Brasil.
A distribuidora de equipamentos Aldo Solar, que tem acordos com os principais fabricantes de módulos solares na China, comentou ao Canal Solar quais são as expectativas para os próximos dias. “No momento não estamos alarmados em relação aos efeitos do coronavírus nos negócios, mas se a situação não normalizar em três semanas, o fornecimento pode sofrer atrasos. Nós temos acordos com os principais fabricantes de módulos solares na China, como Trina Solar e Jinko Solar, este último uma parceria de distribuição de longo prazo”, esclareceu Aldo Pereira Teixeira, fundador e presidente da empresa.
Já o diretor geral da fabricante de módulos fotovoltaicos JA Solar, Claudio Loureiro, afirmou que o setor deve ser impactado levemente. “Acredito em uma escassez de oferta no primeiro e segundo trimestres com estabilização na segunda metade do ano, considerando todos os fornecedores. Isto significa que até o sincronismo de toda a cadeia retorne pelo menos duas semanas serão necessárias. Entretanto, a situação ainda se encontra indefinida já que o pico da epidemia ainda pode estar por vir”, comentou Claudio.
Para a fabricante Risen Energy, mesmo com a retomada das atividades na China, o surto de coronavírus pode afetar o abastecimento no Brasil. “Na minha visão esta parada adicional das fábricas na Ásia devido ao coronavírus, poderá afetar levemente os estoques locais e as vendas de curto prazo. Porém, precisamos de mais alguns dias ou semanas para sabermos o real impacto nas vendas de curto prazo. De outro lado, a alta taxa cambial momentânea também pode reduzir momentaneamente as vendas, diminuindo o impacto da parada das fábricas pelo coronavírus.”, afirmou o diretor de vendas da Risen, Fernando Castro.
Por meio de nota, a fabricante BYD Brasil, que tem uma unidade em Campinas no interior de São Paulo, afirmou que a prorrogação do feriado não impactou a produção, mas ainda sim o fornecimento ao Brasil pode ser afetado. “Apesar da mudança repentina de calendário, a produção da fábrica na China não foi afetada, contudo é possível que haja algum atraso nas entregas em função da logística do sistema de transportes na China”, informou a assessoria de imprensa da fabricante chinesa.
Em uma ação solidária, a BYD doou 50 mil máscaras e 11 mil macacões cirúrgicos à trabalhadores de hospitais, transportes públicos, alfândega e colaboradores da empresa na China. Além disso, foram doadas 50 mil máscaras para serem distribuídas no território chinês.
Além do setor de energia solar fotovoltaica, o surto de coronavírus impactou outros setores da indústria chinesa, como o segmento de aparelhos hospitalares e de telefonia.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde da China, até quarta-feira (12) o país registrou 1.113 mortes devido ao coronavírus, 44.653 casos foram confirmados e 185.037 estão sob observação.
No Brasil, o Ministério da Saúde investiga sete casos suspeitos, sendo um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro, três em São Paulo, um no Paraná e um no Rio Grande do Sul. Já foram descartados 32 casos suspeitos em sete estados.