Inmetro: o que a suspensão de certificados dos painéis solares pode causar?

Questionamento se dá em meio às fiscalizações e suspensões realizadas pelo órgão regulador no Brasil
Inmetro: o que a suspensão de certificados dos painéis solares pode causar?
Foto: Inmetro/Facebook/Reprodução

Com colaboração de Ericka Araújo

Na sexta-feira da semana passada (31), o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) suspendeu os certificados de alguns modelos de módulos fotovoltaicos no Brasil.

A medida foi tomada após os produtos terem sido fiscalizados e reprovados pelo órgão em ensaios laboratoriais. Com a suspensão, os equipamentos passaram a não poder mais ser comercializados em território nacional, incluindo unidades em estoque.

Contudo, uma dúvida que surgiu no mercado foi: o que as empresas, profissionais e consumidores do setor de energia solar devem fazer com esses produtos a partir de agora? 

Em resposta ao Canal Solar, o Inmetro esclareceu que a Portaria nº 258/2020 determina que, quando o registro de um produto é suspenso no país, a sua comercialização deve ser imediatamente interrompida. 

No entanto, ressaltou que os produtos que já foram vendidos antes da suspensão mantém a sua regularidade, salvo determinação futura do órgão regulador.

O Inmetro também pontuou que, com a suspensão, os fornecedores devem interromper toda e qualquer publicidade relacionada ao equipamento até que a situação seja regularizada. 

Apesar da proibição de venda, não há uma exigência imediata de recolhimento dos módulos em estoque, a menos que o Inmetro determine isso futuramente. 

Caso tal exigência ocorra, a responsabilidade pelo recolhimento caberá ao detentor do registro do produto, que poderá sofrer sanções, incluindo multas, caso descumpra a determinação.

Por fim, o órgão destacou que a suspensão desses módulos específicos não impede que novas penalidades sejam aplicadas a outros painéis fotovoltaicos, caso irregularidades sejam identificadas em futuras fiscalizações.

Consumidores

No caso dos módulos fotovoltaicos que já estão em posse dos consumidores, o Inmetro informou que sua atuação se restringe apenas à fiscalização dos produtos comercializados no mercado.

No entanto, destacou que, caso seja identificado um risco à segurança ou aos direitos dos consumidores, o órgão pode acionar a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), responsável por atuar na defesa dos consumidores finais.

Além disso, o Inmetro ressaltou que, como prática comum, os próprios fabricantes podem adotar medidas voluntárias para minimizar o impacto da não conformidade dos produtos. 

Isso pode incluir programas de reparo, substituição ou até mesmo recall, dependendo da gravidade da falha identificada e das determinações dos órgãos competentes.

O Inmetro também destacou que caso um consumidor tenha adquirido e instalado um produto que foi alvo da fiscalização e cujo registro foi suspenso, ele tem o direito de buscar apoio em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, para relatar a situação e receber orientação sobre as medidas cabíveis.

“O consumidor também pode solicitar uma possível reparação diretamente à empresa que forneceu o produto, especialmente se houver impacto na funcionalidade, segurança ou conformidade do item adquirido”, informou o Inmetro. 

Como tudo começou?

Em novembro de 2024, o Inmetro anunciou o resultado de uma ação de fiscalização inédita no país, voltada ao combate da presença de módulos fake power no setor de energia solar.

A operação foi motivada por denúncias registradas na ouvidoria do Inmetro e abrangeu os estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás, com o objetivo de avaliar a qualidade e conformidade dos produtos disponíveis no mercado.

O instituto coletou painéis fotovoltaicos de diferentes marcas e submeteu as amostras a ensaios laboratoriais. 

Na inspeção foram identificados produtos que apresentaram potência significativamente inferior à declarada pelo fabricante.

Diante dos resultados, o Inmetro anunciou que o processo de fiscalização de módulos fotovoltaicos e outros equipamentos, como inversores, seria intensificado em todo país a partir de 2025.  

Caso sejam identificadas novas não conformidades, o Inmetro disse que poderá adotar novas suspensões de registros no mercado nacional. 

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Foto de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

Respostas de 3

  1. BOA NOITE. PORQUE O IMETRO NÃO INFORMA CLARAMENTE O QUE A ETIQUETA DA PLACA SOLAR PROMETE, E O QUE ELA ENTREGA. COMPREI TRES PLACAS SOLAR TSUN 560 WATTS, QUE AINDA ESTÃO EMBALADAS, SEM USO. ESSA TSUN 560WATTS ESTA LA LISTA DO ENGANO, DO EMBUSTE DO DESRESPEITO AO CONSUMIDOR. CREIO QUE O IMETRO DEVERIA PROTEGER TAMBÉM O CONSUMIDOR FINAL QUE É O MAIS PREJUDICADO. POR FAVOR NOS AJUDA.

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