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Mais de 14 mil empresas já decidiram migrar para o Mercado Livre de Energia

Desse total, 94,5% são consumidores varejistas beneficiados pelas regras que entraram em vigor em 2024
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Imagem: Pixabay

Um total de 14.345 empresas já decidiram migrar para o Mercado Livre de Energia entre 2024, aponta levantamento com base em dados atualizados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em 31 de dezembro de 2023. 

A ABRACEEL (Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica) chegou a divulgar nesta quarta-feira (25) que esse total era de 14.623 empresas, porém os dados consideravam também o ano de 2025.

O Mercado Livre de Energia é um ambiente comercial onde consumidores podem escolher o próprio fornecedor de energia, negociar preço e condições de contratação, restringindo as distribuidoras ao papel de transportadora da energia. 

Segundo levantamento feito pelo Canal Solar, 13.558 (94,5%) empresas são consumidores varejistas, ou seja, com carga menor que 500 kW. Essa categoria de consumidores representa os beneficiados pela Portaria 50/22 do MME (Ministério de Minas e Energia), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2024.

No total, as mais de 14,3 mil empresas representam uma carga de 995 MWmed, sendo 617,72 MWmed a carga somada dos consumidores varejistas. 

Os consumidores livres com carga acima de 500 kV somam um total de 788 unidades, totalizando um montante de 378 MWmed. Essa categoria representa os grandes consumidores de energia, tanto que a demanda média é de 1.434 quilowatts, contra 152 kV dos varejistas. 

O relatório mostra a concentração de cargas varejistas por distribuidoras. As dez primeiras são:

  1. ENEL SP (10,83%)
  2. Copel D (9,06%)
  3. Celesc D (7,4%) 
  4. CPFL Paulista (7,15%)
  5. RGE (5,18%)
  6. Cemig D (5,54%)
  7. Light (5,02%)
  8. CPFL Piratininga (4,93%)
  9. Enel Ceará (4,59%)
  10. Neoenergia Coelba (4,27%)

Obs: dados estão com base no consumo médio (MWmed) por distribuidora.

Segundo a ABRACEEL, os consumidores varejistas são aqueles com custo de energia acima de R$ 10 mil, enquanto os consumidores livres têm contas acima de R$ 150 mil.

Pela Portaria 50/22, os consumidores varejistas são obrigados a comprar energia das comercializadoras varejistas. Atualmente, cerca de 100 empresas estão habilitadas a prestar esse serviço, segundo último balanço divulgado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). 

O Grupo A tem cerca de 202 mil unidades consumidoras, principalmente empresas, que recebem energia em média e alta tensão. Dessas, mais de 37 mil já estão no Mercado Livre de Energia, de forma que o potencial de migração é de aproximadamente 165 mil unidades consumidoras a partir de 2024. 

Assim, o mercado livre pode mais do que quadruplicar em número de consumidores e atender aproximadamente 48% do consumo elétrico do país nos próximos anos. Atualmente o Mercado Livre tem participação de 37% no consumo nacional de eletricidade.

De acordo com a ABRACEEL, essa nova fase da abertura do mercado de energia elétrica brasileiro, a maior da história, é muito positiva e beneficiará milhares de empresas que passarão a economizar com a compra de energia elétrica e poderão destinar os recursos economizados para investimentos na atividade produtiva e em pessoal, o que contribuirá para a geração de empregos, a desaceleração da inflação e o aumento da produtividade da economia nacional.

Para a ABRACEEL, a abertura do Mercado Livre para o Grupo A é o primeiro passo para abertura completa, que poderá beneficiar 89 milhões de consumidores, incluindo os residenciais. No mundo, 35 países têm Mercado Livre de Energia acessível a todos os consumidores.


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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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