O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) prevê para agosto uma nova redução no nível de capacidade dos reservatórios brasileiros, por causa dos efeitos da crise hídrica. Dos quatro subsistemas, todos devem registrar queda na vazão, com índices ainda mais críticos do que em relação a julho.
No sistema Sudeste/Centro-Oeste – responsável por abastecer cerca de 70% da energia do país – a expectativa é terminar o mês com uma redução média de 17% em relação aos registros atuais. A capacidade, neste caso, cairia de 25,9% para 21,4%.
No Sul, o armazenamento deve registrar redução de 46,5%, a maior entre todos os subsistemas. A entidade acredita que até o final de agosto o nível percentual médio dos reservatórios da região fique em 25,6%, sendo que atualmente está em 47,9%.
Na região Norte, a estimativa é de que as bacias hidrográficas terminem o mês com 74,1%, e no Nordeste, com 49% de sua capacidade, o que representaria uma redução de 6,2% e 10,4%, respectivamente. Atualmente, o subsistema da região Norte conta com 79% de sua vazão em operação, enquanto que no Nordeste o índice está em 54,7%.
Usinas com menos capacidade em operação, no momento:
- Itumbiara: 12,09%
- Água Vermelhas: 12,91%
- Nova Ponte: 13,36%
- Emborcação: 14,69%
- Marimbondo: 16,13%
Capacidade máxima de armazenamento por MW/mês:
- Sudeste/Centro-Oeste: 203.567,078
- Sul: 19.897,047
- Nordeste: 51.602,07
- Norte: 15.164,887
Conta de luz
A falta de recursos hídricos nos principais reservatórios brasileiros em meio à crise hídrica, fez com que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) informasse, na última sexta-feira (30), que o valor da cobrança extra na conta de luz continuará em agosto sob vigência da bandeira vermelha 2, a um custo de R$ 9,49 para cada 100 kWh consumidos.
O valor é 52% superior ao registrado em junho, quando essa bandeira também estava em vigor e custava R$ 6,24 para cada 100 kWh. O reajuste foi feito em julho e, segundo a Agência, existe a possibilidade de um novo aumento ocorrer em breve.
Há menos de um mês, a ANEEL abriu uma consulta pública para decidir se a taxa da bandeira vermelha, no patamar 2, continuaria em R$ 9,49 por 100 kWh ou se seria aumentada para R$ 11,5 por cada 100 kWh, justamente, em virtude da crise hídrica atual, que é a pior dos últimos 91 anos, segundo registros do ONS. Na ocasião, apesar da discussão, a entidade achou por bem não aumentar a tarifa.