Muita gente no setor fotovoltaico já me ouviu contar uma história de quando eu era criança. Um dia, ainda pequeno, eu estava na casa da minha avó. Fui abrir a geladeira e acabei tomando um choque, daqueles que deixam você grudado na maçaneta.
O susto foi tão grande que minha avó precisou de um cabo de vassoura para arrancar o fio da tomada. Um acontecimento marcante como aquele me tornou muito cuidadoso ao lidar com energia elétrica.
Por isso, quando decidi entrar no setor fotovoltaico e visitei uma feira na China para conhecer fornecedores, minhas perguntas nas reuniões eram sempre “isso não é perigoso?”, “pode dar choque?”, “pode causar um incêndio?”.
Nossa decisão inicial pelos microinversores APsystems foi justamente pela segurança. Nisso a gente não tem como colocar preço na tecnologia. No restante, a gente discute quanto vale, quanto custa, por quanto podemos vender.
Mas segurança não tem preço. Se desde que começamos tivermos conseguido salvar pelo menos uma vida, todo o esforço terá valido muito a pena. Quando a Ecori entrou no mercado fotovoltaico em 2014, decidimos que a segurança sempre seria um valor inegociável para nós, que está no nosso DNA.
Eu me lembro dos nossos roadshows em 2015, 2016, quando já falávamos sobre a necessidade de qualificação profissional, da preocupação com segurança. As pessoas achavam que estávamos exagerando, falando besteira.
Nossa escolha inicial por equipamentos da APsystems e da SolarEdge, e mais recentemente também pelos otimizadores da Huawei, com a tecnologia MLPE são um sinal claro da nossa preocupação – assim como todos os nossos esforços de treinamentos, estímulo à profissionalização e às certificações. Tenho orgulho do nosso pioneirismo nessa causa.
Agora, fico feliz ao ver que a questão da segurança está avançando no país. Temos tido contato constante com o Corpo de Bombeiros e acredito que, assim como acontece nos Estados Unidos, que tem regras claras de segurança, o Brasil vai avançar no mesmo caminho.
A carta enviada pelos Bombeiros ao mercado é um sinal muito bem-vindo dessa evolução. Espero que a tendência continue rumo a uma obrigatoriedade de segurança em todas as usinas de telhado. A sociedade brasileira só tem a ganhar com isso.