Painéis solares serão fabricados com sistemas de cotas na China

A medida será implementada no próximo mês, com cotas definidas conforme os embarques e a capacidade de produção de 2024
Fabricantes assinam acordo para controle de produção de módulos
Fábrica de produção de módulos fotovoltaicos. Foto: Freepik

Mais de 30 fabricantes de módulos fotovoltaicos assinaram, recentemente, um acordo para regular a capacidade de produção em 2025. A informação foi confirmada por fontes ouvidas pelo Canal Solar. 

Segundo as fontes, a medida começará a ser implementada no próximo mês e cada empresa terá uma cota estabelecida com base no volume de embarques e na capacidade de produção registrada em 2024.

“Trata-se de um desdobramento de reuniões realizadas anteriormente pela associação chinesa do setor, onde foram dadas diretrizes que agora resultaram nesse acordo formal entre os fabricantes”, explicou uma das fontes ouvidas pelo Canal Solar.

Medida já teria efeito verbal desde novembro

De acordo com Felipe Santos, o controle da capacidade de produção já vinha sendo aplicado informalmente desde o final de outubro, mesmo antes da assinatura oficial do acordo. 

“Este controle já vem sendo aplicado uma taxa de corte na produção de 30%, dependendo de cada fabricante”, disse o executivo. 

Além disso, o mercado está em meio a intensas conversas sobre fusões e aquisições, com a expectativa de que 2025 seja um ano marcante nesse sentido. “Muitos acreditam que o próximo ano será um período interessante para o mercado de fusões e aquisições”, revelou um executivo do setor.

Impactos no mercado

Embora o acordo vise principalmente o mercado interno da China, há potencial para impactos indiretos fora do território chinês, mas em um ritmo mais gradual. “O acordo afeta diretamente a competição interna, mas pode trazer reflexos moderados para o mercado global”, explicou uma das fontes.

Na avaliação das fontes, o setor fotovoltaico chinês, que domina a produção global, busca com essa medida equilibrar a oferta e a demanda, evitar excessos produtivos e melhorar a lucratividade. No entanto, ainda não está claro como essas mudanças afetarão os preços e a disponibilidade de módulos e baterias nos mercados internacionais.

Este movimento reflete uma tentativa de autorregulação em um mercado competitivo e dinâmico, e as próximas ações podem ditar o ritmo de crescimento e transformação do setor nos próximos anos.

Além disso, é uma ação importante para manter a sustentabilidade da indústria tendo em vista o nível danoso de preços que tem sido praticado nos últimos anos. 

“A indústria de módulos é intensa em investimentos para renovação de tecnologias, depreciação acelerada e longos períodos de garantia de produto, desta forma é totalmente insustentável operar nas margens negativas ou na melhor das hipóteses break even por tanto tempo”, concluiu Santos.

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Ericka Araújo
Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

Respostas de 2

  1. Prezados senhores, a República da China é uma simbiose, estranhíssima, de um sistema chamado de comunista e o mercado capitalista. Nas entre-linhas podemos ler que essa medida, mais cedo ou mais tarde, haverá de atingir o mercado internacional. Todos sabemos que a China é a maior player, de longe, no setor de geração fotovoltaico e tudoi que lá adontece tem reflexo mundial. Os outros que se preparem para enfrentá-la! Engenheiro, professor, projetista em geração fotovoltaico, eficiência energética e estação de carregamento de veículos elétricos, inclusive com carpot para egração solar.

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