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Revolução energética: o controle da energia é do povo

A nosso favor, temos os avanços da tecnologia que nos permitem ter acesso a equipamentos cada vez mais baratos e eficientes
7 minuto(s) de leitura
Revolução energética o controle da energia é do povo

A história da humanidade é marcada por revoluções. Para uma revolução ser bem sucedida, a iniciativa precisa partir dos cidadãos com o objetivo de resolver um problema comum e urgente. 

Na revolução Francesa, por exemplo, os camponeses e a população urbana participaram ativamente na defesa de ideais iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade, o que desencadeou transformações profundas no governo francês com a consolidação do poder econômico e político burguês, acabando com o modo de produção feudal e o poder absolutista do rei. 

Há alguns anos, a Europa iniciava sua corrida para a mudança de sua matriz energética principal. Entre as razões estavam o perigo da produção de energia nuclear, o alto preço da energia elétrica provida pelas grandes concessionárias, com todo o lucro escorrendo para fora da comunidade, e a degradação ambiental pela queima de combustível, entre outros. 

Mas talvez a razão principal tenha sido a dificuldade que muitas pessoas têm para pagar suas contas de energia, a chamada pobreza energética.  

Em um cenário com temperaturas extremas como o do inverno europeu, não conseguir pagar a energia necessária para aquecer a casa pode ser a diferença entre a vida e a morte. Outra cena comum são as pessoas presas no dilema de ter que escolher entre esquentar a casa ou colocar a comida na mesa. 

São muitos casos de pessoas idosas morrendo por medo de ligar a calefação e não ter dinheiro para pagar a conta. Quando isso acontece, deixa de ser um problema de energia e vira um problema da ambição de grandes empresas. O sentimento de revolta começa a se espalhar e a faísca para iniciar uma revolução está criada. 

O sistema tradicional de fornecimento de energia é alimentado por urânio, gás, petróleo, carvão e energia hidrelétrica. Ele distribui sua eletricidade para a rede de alta tensão e, em seguida, a leva para as pessoas em suas casas. 

Neste modelo, as pessoas devem comprar a energia e o dinheiro sai da comunidade. Os produtores são monopolistas e a eletricidade é de propriedade privada. O lucro da operação vai todo para o exterior. 

Mas quando a comunidade se reúne para formar um projeto de energia renovável, cria-se um ciclo virtuoso no qual as pessoas não precisam depender do governo, elas podem trabalhar sozinhas e gerar a própria energia. 

Elas passam a assumir o controle de seu próprio futuro em face de forças corporativas ávidas por lucro em detrimento da saúde e até da própria vida. 

Praticamente todas as ações em prol da energia solar na Europa que iniciaram a mudança partiram de pessoas comuns, de pequenas comunidades. 

Ao mesmo tempo, os adversários que tiveram que combater não eram nada pequenos. O poderio das grandes distribuidoras de energia elétrica e a resistência dos governos – que comumente estão do lado das grandes empresas – talvez tenha sido o maior deles.

Essa luta não é rápida, fácil ou justa, mas precisa ser encarada. Há dez anos algumas pessoas do Reino Unido decidiram criar cooperativas de energia renovável ecológica para ajudar os cidadãos a criar energia a partir do vento e do sol. 

No começo foi uma luta solitária e as pessoas riam do que as cooperativas estavam fazendo.  Hoje as cooperativas somam 60 mil membros que tratam a energia como propriedade pública, sem fins lucrativos. 

O sucesso foi tão grande que resultou na criação da federação europeia de cooperativas de energia cidadãs chamada de Cooperativas de Fontes de Energia Renovável ou RESCOOP, que já conta com 1,5 mil cooperativas de energia. 

O caso de revolução energética mais bem sucedido da Europa é o da Alemanha. Após incidente de Shernobil, a sociedade civil começou a se perguntar o que, como indivíduos, poderiam fazer para escapar da energia nuclear o mais rápido possível.

Já que os políticos não agiam na parte de cima, a população precisou fazer a sua parte na parte de baixo. E foi por isso que aconteceu o primeiro encontro de pessoas interessadas em fugir da energia nuclear. 

Nesse dia nasceu a ideia ousada: assumir o controle da rede elétrica. Mas como um pequeno grupo de cidadãos conseguiria lutar contra um provedor de energia, que monopolizava o mercado há quase cem anos? A decisão do grupo foi de que a única forma era a realização de um referendo. 

Como esperado a reação foi rápida, violenta e baseada em fake news usando todo o poderio da máquina de propaganda. O argumento principal utilizado para convencer a população a não mudar é de que os preços iriam disparar. Foi uma disputa eleitoral feroz, que contou com a participação de 90% dos eleitores do país. 

O resultado foi apertado, mas a energia renovável venceu com 52,5% dos votos. Após o alívio resultante da vitória a comunidade decidiu que a única forma dessa transição acontecer seria comprando a rede elétrica para poder decidir o que fazer com a energia renovável. Para tanto eram necessários quatro milhões de marcos. 

Com a ajuda das maiores agências de publicidade do país a população conseguiu levantar doações. A comunidade assumiu o controle da rede elétrica e, 1º de julho de 1997. A questão da energia limpa é uma das mais discutidas e a que apresenta soluções mais efetivas em termos de ecologia em toda a Europa.

Os europeus começaram antes a direcionar a energia pessoal em favor da mudança das matrizes de energia elétrica. E estão conseguindo.

Por aqui começa a ganhar força um movimento de pessoas que reconhecem a importância de se produzir energia sem queimar combustíveis não renováveis, sem degradar ainda mais as riquezas naturais e – em se tratando de Brasil uma necessidade e não uma causa –mais barata.

A energia solar preenche essas lacunas. É limpa, barata e é de todos e está em nossas mãos. O movimento aqui também começa de baixo, precisa ser baseado na força da união, mas percorre caminhos diferentes. Aqui precisamos primeiro mostrar que, além de necessária, a mudança é possível.

O que realmente precisamos é fortalecer a ideia, o conceito de energia mais limpa e barata. A nosso favor, temos os avanços da tecnologia que nos permitem ter acesso a equipamentos cada vez mais baratos e eficientes.

De nossa parte, desde 2015 seguimos o objetivo de disseminar a ideia da produção de energia limpa e mais barata. Além de dar o exemplo, a Aldo Solar apresenta e traz os melhores equipamentos, capacita profissionais e parceiros revendedores e instaladores em todo o país, ajudando na tarefa de tornar a energia solar um patrimônio das pessoas.

Precisamos nos aproximar dos avanços registrados nos países desenvolvidos em termos de produção de energia elétrica limpa e sem intervenções na natureza. Vamos seguir os bons exemplos e mostrar que apesar dos desafios, a energia das pessoas tem o poder da mudança.

A energia do sol é de todos nós!

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Aldo Teixeira
Fundador da distribuidora de equipamentos fotovoltaicos Aldo Solar, sediada em Maringá (PR). Atua há anos no setor solar, com experiência em gestão e vendas.

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