A transição energética é, antes de uma necessidade urgente para conter as mudanças climáticas, uma questão de dignidade para muitas populações. Explico.
O ponto-chave da transição energética é ter uma visão estratégica para que se torne uma alavancagem de negócios sustentáveis. Há localidades no Brasil que sofrem com a exclusão energética. Falo de estados como o Amazonas, onde grande parte das comunidades, sobretudo afastadas da capital, sequer tem acesso à energia elétrica.
Então, o que se ouve por lá são argumentos de que falar em transição energética diante de um cenário deste onde as comunidades ribeirinhas e até menos distantes da capital, Manaus, ainda não recebem energia elétrica, soa como “artigo de luxo”, pois receber a eletricidade seria um grande passo.
A transição energética precisa ser difundida como parte do cotidiano da sociedade. Não pode ser limitada a ações benevolentes feitas por e para os países ricos, restrita a empresas que têm poder aquisitivo e, geralmente, com presença internacional, o que as torna capazes de difundir esses modelos globalmente.
Ações locais guiadas pela orientação global são possíveis. Adotar um pensamento estratégico para a transição energética em uma região como a Amazônia deve considerar a possibilidade de se levar painéis solares para que essas comunidades tenham acesso à eletricidade.
Esta seria uma solução muito mais eficiente do que levar motores geradores de energia que funcionam à base de diesel (por sua vez mais poluente e com custos de manutenção e de aquisição do combustível elevados). Por isso, precisamos pensar a transição de forma estratégica pode abrir o novo ciclo de prosperidade baseado em negócios sustentáveis.
Como vem sendo demonstrado, a união de todos os estados que compõem a região da Floresta Amazônica, através do Consórcio Amazônia Legal, tem medidas para proteger a floresta. Mas é preciso pensar e planejar. Como falamos no Brasil, fazer a limonada com apenas um limão.
A instalação de painéis solares combinada a uma solução de armazenamento de energia pode ser muito competitiva para essas regiões. Se eles não têm nada, por que em vez de trazer motores a diesel, não levamos diretamente para eles uma solução energética de fonte renovável, como os painéis solares?
Assim, essas comunidades já vão poder dar este passo rumo à transição energética e, inclusive, fazer disso uma vitrine para o estado de Amazonas, no coração de uma região que o mundo todo reconhece a necessidade de protegê-la, para o bem-estar do planeta, e está no centro das atenções, principalmente com a presidência brasileira do G-20 ao longo de 2024 e a realização da COP-30, em Belém (PA) em 2025.
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