Digitalização irá acelerar integração das renováveis no setor energético

Investir nas tecnologias digitais significa que os projetos de energia limpa serão entregues cada vez mais rapidamente
20-07-22-canal-solar-Digitalização irá acelerar integração das renováveis no setor energético

As discussões sobre a transição energética no Brasil devem ir muito além da questão das fontes renováveis. É o que afirmou Moisés Cona, diretor do GRI Infra, grupo de networking do setor de infraestrutura.

“É preciso aprofundar os incentivos, os investimentos e a agenda regulatória para áreas que vão impulsionar o ritmo da transição, como as estratégias de transformação digital, que são chaves para a integração das fontes renováveis aos sistemas elétricos, a tomada de decisão baseada em dados e a redução dos custos de acesso à eletricidade” disse.

De acordo com ele, os benefícios teóricos da digitalização do setor energético são bem conhecidos, mas é necessário o avanço de projetos concretos que possam destravar diversas oportunidades para o setor.

“Como sistemas avançados de monitoramento, medição e manutenção preditiva, que possam, por exemplo, gerenciar o ciclo de vida dos ativos e estruturas de diferentes complexidades, aumentar a eficiência das plantas e monitorar o consumo”, ressaltou Cona.

Na visão do executivo, investir nas tecnologias digitais certas hoje significa que quaisquer projetos de energia limpa realizados nas próximas décadas serão entregues cada vez mais rapidamente.

“Em diversas regiões do país, quando nos deparamos em situações de crise hídrica e o consequente aumento nos preços de energia, é recorrente notar um crescimento no interesse por fusões e aquisições de projetos de energia solar e eólica”, destacou.

“Os investidores têm estado mais atentos a essas oportunidades e diversas transações têm sido concluídas nos últimos meses. A modernização do setor elétrico e a abertura do mercado também corroboram para que o segmento no Brasil tenha o potencial de captar mais capital estrangeiro, tanto para projetos greenfield como brownfield”, relatou o executivo.

Empresas investem em aplicações ESG

Como parte da estratégia para colocar o plano de transição em prática, há investimento das empresas na realização de aplicações ESG (Environmental, Social and Governance, em portuguê: Meio ambiente, Social e Governança)

Entre elas, está a ifm, uma das maiores fabricantes de sensores e controladores industriais do mundo. A companhia oferece, há 50 anos, soluções tecnológicas para mitigar a crise climática e energética através de tecnologia de automação.

Os processos digitais da empresa incluem sensores para a medição do gasto de água e ar comprimido, impactando diretamente no consumo de eletricidade, sistemas de controle, aprimorando os sistemas de pulverização e plantio e otimizando o uso do solo.

A ifm trabalha a transição energética, por exemplo, através da energia solar e eólica. A mesma fabrica e fornece as soluções para que o plano de transição saia do papel e seja colocado em prática.

Dados sobre o setor energético

Segundo dados da Our World in Data, site de dados produzidos com pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, o setor de energia (elétrica, térmica e transporte) responde por 73,2% das emissões de gases de efeito estufa no mundo.

Já a AIE (Agência Internacional de Energia) estima que até 2026 a capacidade somada de produção renovável (biomassa, eólica, geotermal, hidrelétrica e solar) cresça 60% em relação ao volume atual e chegue a 4,8 mil GW, igualando-se à produção atual de energia de origem fóssil e nuclear combinadas.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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