A tarifa de energia no município do Rio de Janeiro sofreu reajuste de 17,14% (ENEL Distribuição Rio) e 15,41% (Light Serviços de Eletricidade S/A). O reajuste foi aprovado na terça-feira (15) pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
O motivo da alta na conta de luz foi influenciada, principalmente, pelos encargos setoriais e pelos custos para comprar e distribuir energia. Ano passado, o Brasil passou por uma crise energética que elevou o custo para produzir energia.
De acordo com a ANEEL e a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o Rio de Janeiro ocupa a 7ª posição no ranking estadual de energia solar. Sua potência instalada é de 324.221,93 kW, correspondendo a 4,17% da matriz energética nacional.
Para Marcio Casici, sócio-proprietário da empresa Re9 Energia Solar, o anúncio de reajuste da tarifa de energia e o alto consumo de eletricidade nesse período de verão levaram ao aumento da busca por energia solar recentemente. “O principal motivo para a alta das tarifas foi a forte crise hídrica que passamos em 2021, isso demandou um grande despacho das usinas térmicas que têm uma operação mais custosa, tanto financeiramente como ambientalmente”, diz Casici.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o valor das tarifas energéticas em janeiro de 2022 está bem acima da inflação, com uma alta acumulada em 10,38%. Essa recorrência no aumento das tarifas acabou impulsionando ainda mais o movimento pelas energias renováveis.
Leia mais:
Ex-tarifários são prorrogados até dezembro de 2025
Postos de combustíveis investem em solar para fugir da alta da tarifa de energia
Jonathan Gabriel, CEO da empresa Solar House, também percebeu a alta procura de clientes após o reajuste, mas acredita que esse não tenha sido o único motivo para o aumento na demanda. “Estamos saindo de uma pandemia e as pessoas estão voltando a sonhar e investir em conforto, há um crescimento no número de pessoas empregadas. Tudo isso influencia”.
A onda de energias renováveis vêm ganhando destaque desde o começo do ano. Segundo o boletim da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), só no SIN (Sistema Interligado Nacional), o registro na primeira quinzena de fevereiro de 2022 foi de um aumento na casa dos 86,2% da produção de energia solar.
A arquiteta Maria Fernanda de Carvalho, conta que obteve uma baixa significativa em sua conta de luz e que a escolha pela energia solar veio além da economia nas contas de luz: “Você contribui para um mundo melhor e mais eficiente”, diz Maria e acrescenta: “Estou pagando menos de R$100 de luz desde que aderi à energia solar”.
A carioca aderiu ao projeto solar em 2011, quando estava construindo sua casa. “Somos um país que se beneficia das questões naturais e clima com muito sol, temos tudo para aproveitar esse novo sistema de energia”, finaliza Maria.