A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizou, nesta quinta-feira (13), um seminário internacional sobre o aperfeiçoamento da regulação do armazenamento de energia no Brasil.
O evento contou com a presença do diretor-geral da ANEEL, Sandoval Feitosa; do diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Reinaldo da Cruz Garcia; do diretor do Departamento de Planejamento e Outorgas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Interligações Internacionais do Ministério de Minas e Energia (MME), Guilherme Zanetti Rosa; e do gerente de Engenharia Sul do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), André Della Rocca Medeiros.
O seminário permitiu um debate sobre experiências de diferentes países, como Chile, Dinamarca, China e Estados Unidos, na área de inovação e os desafios energéticos globais. Entre os tópicos debatidos, estiveram tendências para padrões internacionais sobre Grid Forming; a integração de sistemas de armazenamento; soluções para a resiliência energética e inovação tecnológica. Também foram apresentados os resultados do Projeto de P&D “Aplicação de Armazenamento de Energia em Baterias (BESS) no Sistema Brasileiro”.
“A ANEEL está aqui não para limitar o desenvolvimento do mercado, mas para incentivá-lo. Por isso, estamos discutindo essa nova fronteira que se abre para o setor elétrico brasileiro, que tem sido muito bem desenhada do ponto de vista regulatório, e está sendo conduzida com um amplo diálogo entre todas as partes interessadas. Tenho certeza de que essa abordagem deixará um legado imenso e relevante para o futuro do setor elétrico no Brasil”, destacou Sandoval.
O encontro acontece em meio às discussões da Consulta Pública nº 39/2023, que propõe ajustes na regulação para viabilizar a integração de sistemas de armazenamento no Brasil. Apesar do potencial dessas tecnologias, o país ainda enfrenta incertezas regulatórias que podem dificultar sua implementação, tornando o debate urgente e necessário.
Ricardo Tili, diretor da ANEEL, também esteve presente no evento e classificou o encontro como uma oportunidade para os técnicos da Agência interagirem com especialistas internacionais e absorverem conhecimentos sobre as melhores práticas regulatórias para a integração de baterias e outros sistemas de armazenamento ao sistema elétrico brasileiro.
“Fiquei extremamente feliz ao ver nossos técnicos da ANEEL interagindo com especialistas internacionais, trocando e absorvendo conhecimentos valiosos sobre diferentes experiências de integração de baterias, padrões globais e oportunidades para nosso sistema”, destacou Tili.
“A troca de conhecimentos com países que já avançaram nessa fronteira regulatória é fundamental para que possamos desenvolver uma regulação robusta, eficiente juridicamente segura e capaz de responder aos desafios da crescente inserção de energias renováveis intermitentes em nossa matriz energética”, complementou.
O papel do armazenamento na transição energética
O armazenamento de energia é uma peça-chave para a transição energética, permitindo a estabilização da rede elétrica, o uso mais eficiente da energia gerada por fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, e a redução da necessidade de acionamento de usinas termelétricas. Países como Estados Unidos, Alemanha e Austrália já avançaram significativamente nessa área, desenvolvendo mecanismos regulatórios que permitem a inserção eficiente dessas tecnologias no mercado de energia.
No Brasil, o tema ganha cada vez mais relevância à medida que a matriz elétrica se torna mais dependente de fontes variáveis. A Aneel busca, por meio de iniciativas como este seminário, compreender como diferentes modelos regulatórios podem ser adaptados à realidade nacional, garantindo segurança jurídica para investidores e previsibilidade para o setor elétrico.
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