O Brasil consumiu 69.363 MW médios de energia elétrica no ano passado, o que representa cerca de 3,7% na comparação com 2022 e uma das maiores demandas dos últimos anos, segundo dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
No mercado regulado, em que os consumidores compram sua energia diretamente das distribuidoras, a alta foi de 2,5%, por causa do uso mais intenso de eletrodomésticos, como ventiladores e ar-condicionado, especialmente nos últimos meses do ano, quando as temperaturas bateram recordes em boa parte do país.
Já no Mercado Livre de Energia, no qual é possível escolher o fornecedor de energia e negociar condições de contrato, o consumo avançou 5,9% no comparativo anual.
Segundo o CCEE, o crescimento reflete uma combinação da maior atividade em alguns setores produtivos, a chegada de novos entrantes no segmento e o impacto do calor em ramos como comércio e serviços, que também usaram mais os equipamentos de refrigeração.
Para Alexandre Ramos, presidente do conselho de administração da CCEE, os dados mostram um expressivo crescimento no consumo brasileiro em relação ao ano anterior, além de um aumento da geração de energia renovável e de uma ampliação do Mercado Livre de Energia no país.
Consumo por região
Quase todos os estados registraram um consumo maior em 2023 em relação ao ano anterior. Destaque para o Maranhão (33,8%), Acre (11,2%) e Mato Grosso (9,6%), que registraram temperaturas acima da média histórica.
Apenas dois estados reduziram o consumo: Rio Grande do Sul, com um leve declínio de 0,3%, e o Amapá, com redução de 1%, ambos influenciados por um volume maior de chuvas no período.
Consumo por ramo de atividade econômica
A CCEE acompanha o consumo em 15 setores da economia que compram energia elétrica no Mercado Livre de Energia.
Os três que tiveram o maior avanço percentual em 2023 na comparação com o ano anterior, foram saneamento (23,6%), comércio (16,8%) e serviços (14,5%).
O primeiro foi positivamente influenciado pela migração de empresas para o Mercado Livre de Energia após a edição do novo marco legal do saneamento básico.
Nos outros dois segmentos, a alta resulta da maior atividade em supermercados, shopping centers e outros estabelecimentos, além do uso mais intenso de ar-condicionado, devido às temperaturas elevadas.
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