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Califórnia, Espanha e Brasil: um olhar sobre a geração distribuída

Países enfrentaram mudanças nas regras, mas o mercado solar se manteve em crescimento

Autor: 20 de junho de 2023abril 2nd, 2024EUA
4 minutos de leitura
Califórnia, Espanha e Brasil: um olhar sobre a geração distribuída

Usina solar na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Reportagem publicada na 16ª edição da Revista Canal Solar

A produção de energia elétrica pelos consumidores é um fenômeno que ocorre em várias partes do mundo, como Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Japão e Austrália, para citar alguns exemplos.

Isso só foi possível graças ao avanço tecnológico da energia fotovoltaica e a criação de políticas públicas para incentivar a ampliação desse mercado.

Assim como toda nova tecnologia, com o amadurecimento do mercado as regras são mudadas e os incentivos são retirados progressivamente. Nesta reportagem, vamos falar de três casos emblemáticos que reforçam esse cenário de transformação regulatória.

Califórnia

O estado da Califórnia foi um dos pioneiros na criação de políticas para o desenvolvimento da geração solar distribuída. Não por acaso, o modelo californiano serviu de referência para a construção da Resolução Normativa 482/2012, que iniciou o mercado de GD no Brasil.

Lá, assim como aqui, o mecanismo de incentivo utilizado foi o sistema de compensação de energia por medição líquida (net metering), em que 1 quilowatt-hora injetado na rede compensaria 1 kWh consumido (regra 1 para 1).

Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar), o net metering 1.0 começou na Califórnia em 1996 e durou até julho de 2017. Nesse período, era possível zerar a conta de luz por lá, já que os californianos, diferentemente do que ocorria no Brasil, não precisavam pagar pelo consumo mínimo.

A situação para os consumidores californianos mudou um pouco com a entrada do net metering 2.0 (em vigor), em que, sobre os créditos, começou a ser aplicado um desconto de US$ 0,02/kWh (dois centavos de dólar por quilowatt-hora), apenas pela energia injetada. Esse valor vai para o financiamento de eficiência energética, assistência ao cliente de baixa renda e outros programas relacionados.

O consumidor também passou a arcar com um encargo de conexão e as tarifas passaram a variar com o tempo (tarifa horária), aplicada tanto para a energia consumida quanto a injetada.

Mesmo assim, o mercado de geração solar distribuída nos EUA se manteve atrativo, uma vez que as tarifas de energia da Califórnia são bastantes elevadas para os consumidores de pequeno e médio porte. As tarifas elétricas médias na Califórnia custam US$ 0,30 (kWh).

A tarifação horária, no início, aumentou a atratividade da energia solar porque o consumo de energia na Califórnia era maior durante o dia. Com a penetração da energia solar esse cenário mudou ao longo dos anos.

O valor da energia no horário diurno começou a diminuir, o que acabou incentivando o uso de baterias para armazenamento de energia. No Brasil, desde 2018 se discute a criação de tarifas horárias. Para a ABSOLAR, a tarifa horária pode agregar valor para a GD por aqui.

Hoje, a Califórnia tem aproximadamente um total de 80 GW de capacidade instalada, sendo 14,1 GW de geração solar distribuída, de acordo com a California Solar Initiative.

Lá o mercado é parcialmente aberto, com os consumidores residenciais contando com a opção de migrar para o mercado livre. No Brasil, apenas os consumidores de média e alta tensão têm essa possibilidade.

evolução da potencia instalada na califórnia

Fonte: California Solar Initiative

Nova mudança nas regras

Neste momento, o estado norte-americano discute uma nova mudança nas regras de compensação de energia, chamada de net metering 3.0. A proposta prevê uma redução no valor dos créditos oriundos da injeção na rede da ordem de 75%.

Quer saber mais? Baixe agora a 16ª edição da Revista Canal Solar

Wagner Freire

Wagner Freire

Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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