EUA lança pacote de incentivos para uso da solar em comunidades pobres

Meta integra objetivo maior do governo Biden de ampliar a geração de energia solar dos atuais 4% para 45% até 2050
EUA lança pacote de incentivos para instalação de energia solar distribuída em comunidades pobres
O intuito do projeto é economizar até US$ 1 bilhão em gastos com energia elétrica

Miami, FLÓRIDA. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE, na sigla em inglês) anunciou na última sexta-feira (8) um projeto que tem o objetivo de gerar energia solar para cinco milhões de residências até 2025. Para atingir essa meta, será necessário aumentar em 700% a capacidade de energia solar instalada nos próximos quatro anos.

O projeto denominado National Community Solar Partnership vai instalar painéis solares em comunidades pobres, que poderão utilizar a fonte solar gerada de forma comunitária. Os moradores inscritos vão receber em casa parte dessa energia, o que vai reduzir o valor mensal da conta.

O intuito do projeto é economizar até US$ 1 bilhão em gastos com energia elétrica e faz parte da meta do governo Biden de aumentar a geração de energia solar de 4% para 45% até 2035.

“Esse projeto de gerar energia solar para as comunidades é uma das ferramentas mais poderosas que temos para gerar energia limpa e dar a essas famílias o acesso à energia barata, independentemente se eles têm painéis solares instalados em suas casas”, disse a secretária do DOE, Jennifer M. Granholm. “Atingir essa ambiciosa meta vai levar à geração de emprego, economia de energia e aumentar a produção de energia limpa nos EUA”.

Para alcançar essas comunidades, o governo está oferecendo assistência técnica gratuita para as regiões interessadas em participar do projeto. Os técnicos do DOE vão até o local, fazem um estudo personalizado e contribuem para acelerar a instalação desses painéis. O governo já investiu US$ 1 milhão para assistência técnica e, para o próximo ano, a expectativa é investir US$ 2 milhões na medida.

O lançamento do projeto foi comemorado por profissionais do setor. A Coalizão para Acesso à Comunidade Solar divulgou um comunicado sobre o assunto.

“O anúncio do governo demonstra a preocupação e o apoio dados pelo presidente Biden para fortalecer e expandir a energia solar em nosso País. A meta do DOE de abastecer 5 milhões de residências até 2025 é consistente com o avanço dos estudos sobre energia solar e sua expansão para que chegue a todos os lares americanos”.

Expansão da energia solar

O governo Joe Biden anunciou recentemente uma audaciosa meta de abastecer até 45% das casas americanas com energia solar até 2050. Em 2020, os Estados Unidos instalaram um número recorde de painéis solares, com 15 GW – do total de 76 GW gerados no País, que hoje representam 4% da energia gerada (19 milhões de casas com energia solar instalada).

Um estudo recente divulgado pelo próprio governo mostra que para alcançar a meta prevista no plano do presidente, será necessário quadruplicar a instalação desses painéis a cada ano, além de realizar investimentos massivos em políticas de geração de energia limpa.

Imagem de Ana Paula Franco
Ana Paula Franco
Editora do jornal AcheiUSA por sete anos. Assessora de imprensa do Castro Legal Group, em Pompano Beach (Flórida). Entre 2006 e 2012, atuou como assessora de imprensa no Governo de Minas Gerais. Corresponde do Canal Solar formada pela PUC Minas, com especialização em políticas públicas pela Fundação João Pinheiro. Vive na Flórida (EUA) há oito anos.

Uma resposta

  1. Essa é o tipo de notícia que deve ser amplamente divulgada nos meios de comunicação e fazer chegar ao governo federal e ao Congresso Nacional. Ainda estamos encontrando uma certa resistência das concessionárias no trâmite dos projetos que chegam a elas para regularização. No nosso país que também existe um enorme contingente de pessoas pobres que beira 50 milhões de cidadãos, como exemplo as comunidades das favelas e do interior brasileiro que carecem de qualquer tipo de energia. A aplicação é vasta! Hoje, estamos andando no fio da navalha no que tange à disponibilidade de energia elétrica por falta de precipitação pluvial, sobretudo nas cabeceiras dos rios que atende os reservatórios das usinas hidrelétricas e recorrendo as caras e poluentes termelétricas. Um grande contrassenso.

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