A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) divulgou a emissão dos primeiros Certificados de Hidrogênio do Brasil, assegurando que o hidrogênio produzido pela EDP e por Furnas foi fabricado com energia de fontes renováveis.
O processo de certificação está vinculado ao mercado voluntário, no qual os próprios compradores determinam as regras de avaliação dos critérios de sustentabilidade do produto, seguindo o padrão europeu.
Segundo Alexandre Ramos, presidente da CCEE, a certificação é uma iniciativa pioneira e segura, garantindo ao cliente a compra de um produto verdadeiramente sustentável.
“Essa parceria com as empresas representa um passo importante na construção de uma relação de confiança com os investidores do mercado de hidrogênio renovável brasileiro, que vai garantir a liderança do nosso país nos esforços mundiais em prol da transição energética”, destaca.
No total, foram produzidos 730 kg de hidrogênio pela Furnas, com o uso de energia solar e hidráulica. A produção ocorreu na planta de Itumbiara, localizada no Triângulo Mineiro.
Já os 295 kg desenvolvidos pela EDP no Complexo Termelétrico do Pecém, localizado em São Gonçalo do Amarante (CE), foram produzidos apenas com energia fotovoltaica.
Ambas as companhias utilizarão o hidrogênio para a realização de testes em suas próprias fábricas, como parte do programa de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Certificação do hidrogênio renovável no Brasil
O certificado de hidrogênio foi lançado pela CCEE em dezembro de 2022, com o intuito de atestar a origem de produção a partir de fontes de baixa emissão de carbono em projetos-piloto no Brasil.
As diretrizes do programa foram definidas com base em uma série de debates com representantes da cadeia produtiva e levou em consideração exigências do mercado europeu.
Em paralelo, a CCEE contribui ativamente para desenvolver um padrão global das certificações de hidrogênio, de forma que os países vendedores e compradores tenham critérios comuns para avaliar os atributos ambientais do energético.
De acordo com a Câmara, existe uma movimentação em favor da evolução das regras no Brasil em uma câmara temática do PNH2 (Programa Nacional do Hidrogênio).
Projeto de atualização do sistema de certificação
Segundo a CCEE, ainda no contexto voluntário, a entidade está desenvolvendo uma segunda versão do sistema de certificação, com o apoio do Banco Mundial. O objetivo da nova versão é proporcionar maior solidez e transparência, e para isso contará com um sistema de administração aprimorado.
Em relação às regulações, o hidrogênio de baixo carbono está em fase de estruturação, com projetos de lei em processo de tramitação no Congresso Nacional e uma minuta de regulamentação em elaboração no MME (Ministério de Minas e Energia).
As empresas interessadas na certificação devem preencher um formulário disponível no site da CCEE.
Uma resposta
Bom dia,
A primeira foto está mostrando a Célula a Combustível – CaC que está instalada no planta de H2V na UHE Itumbiara. Este equipamento não produz H2V, ao contrário, consome para gerar energia elétrica.
O Eletrolisador é que produz o H2V e é armazenado em tanque apropriado para este gás. A partir deste armazenamento o H2V é enviado para o equipamento mostrado na foto – CaC que vai consumir e gerar energia elétrica.
Estão instalados lado a lado e talvez por isto tenha ocorrido esta inversão.