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Com crescimento rápido do setor solar, Europa se prepara para revolução fotovoltaica

A previsão é que, até 2030, o continente alcance mais de 600 GW de potência instalada
Foto: Freepik

Com o crescimento exponencial do setor fotovoltaico, a Europa se prepara para atender as demandas de uma “revolução de energia solar”. Para permitir a expansão da energia fotovoltaica de maneira eficaz e otimizada, os países do bloco da União Europeia buscam estruturar a integração na rede avaliando condições importantes como procedimentos padronizados, digitalização e troca de dados mais transparentes.

As redes de eletricidade na Europa foram originalmente projetadas para uma geração centralizada de energia, e esse fato tem causado atraso e custos no desenvolvimento no setor de instalações fotovoltaicas.

Atualmente, a Europa e os EUA têm cerca de 1.000 GW de projetos solares à espera para serem conectados, representando um alto número no atraso no processo de descarbonização. O congestionamento da rede e demora para o licenciamento do desenvolvimento da rede estão causando aumento de custos das instalações fotovoltaicas.

A elevação dos custos coloca em risco a vantagem competitiva da energia solar, além de causar uma desaceleração da transição energética. Para evitar os riscos para o setor e minimizar possíveis atrasos nas metas climáticas, a Europa busca solucionar essas questões através do apoio de políticas adequadas que beneficiem a transição.

 

Walburga Hemetsberger, CEO da SolarPower Europe. Foto: SolarPower Europe

“O futuro baseado em energia renovável está aqui. Precisamos garantir que os operadores do sistema e os geradores de energia solar trabalhem juntos para assegurar que os cidadãos possam se beneficiar da energia renovável limpa e de baixo custo. As conexões de rede são um dos principais problemas que impedem a rápida transição verde. As soluções estão aí; bom planejamento, investimento, flexibilidade, digitalização, inovação, tudo isso deve ser sustentado por apoio político no mais alto nível”, disse Walburga Hemetsberger, CEO da SolarPower Europe.

Os Estados-Membros da UE devem planejar a reestruturação das redes de abastecimento com antecedência, avaliando as necessidades de construção de infraestrutura, digitalização da rede assim como a implantação de flexibilidade. Como apoio aos países na transição energética, a Comissão Europeia pode incentivar investimentos que permitam colocar em prática um novo Plano de Ação da Rede Elétrica Europeia (European Grid Action Plan).

Enquanto os planos de ações dos países membros são desenvolvidos, outras medidas podem ser tomadas para um resultado a curto prazo para otimizar as conexões à rede. Um exemplo disso é a padronização das regras de conexão.

Atualmente, alguns países da UE, assim como dentro dos seus territórios, diferem nas regras de conexão à rede, especialmente em níveis de baixa tensão. No entanto, uma padronização desse processo seria fundamental para a aceleração das instalações. A Comissão Europeia prevê a criação de manuais de regras nacionais que devem conter procedimentos, detalhar cronogramas e especificar informações relevantes.

Os sistemas híbridos podem impulsionar o desenvolvimento do setor renovável. As operadoras de rede devem ser incentivadas a incluir mais sistemas híbridos, em uma combinação de fontes de energia, como solar e armazenamento, ou solar e eólica. A prática pode favorecer o desenvolvimento da rede e permitir uma maior penetração de energias renováveis e armazenamento.

Kristian Ruby, Secretário Geral da Eurelectric. Foto: SolarPower Europe

“O sistema de energia está mudando rapidamente, por isso precisamos de uma abordagem nova e voltada para o futuro quando modernizamos e expandimos nossa rede elétrica. Isso significa projetar planos de rede com um foco renovável mais forte, que considere horizontes de tempo mais amplos e se aproxime de áreas de baixa tensão mais granulares, onde ocorre a maioria das conexões fotovoltaicas”, finalizou Kristian Ruby, Secretário Geral da Eurelectric.

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Daniele Haller
Vivendo na Europa há 12 anos, trabalha como jornalista correspondente para diferentes canais de comunicação no Brasil, assim como para projetos que apoiam o desenvolvimento de brasileiros no mercado de trabalho no exterior. Graduada em Jornalismo pela Estácio de Sá do Ceará em 2008.

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