Os contratos de longo prazo no Mercado Livre de Energia renovável para abastecimento dos datacenters no Brasil totalizam 330 MW médios nos últimos três anos, num montante estimado de transações da ordem de R$ 7,7 bilhões.
É o que revela um mapeamento da consultoria CELA (Clean Energy Latin America), especializada em assessoria financeira e consultoria estratégica para empresas e investidores do setor de energia renovável.
O balanço, feito a partir de análises dos negócios realizados entre geradores renováveis e data centers entre 2021 e 2024, revela um total de 11 contratos de longo prazo assinados, sendo:
- Sete alocados no modelo de autoprodução de energia;
- Quatro no sistema de PPAs (Power Purchase Agreement), celebrados entre consumidores e geradores de energia renovável que comercializam no ambiente de contratação livre.
“Trata-se de um volume bastante expressivo de contratos de longo prazo com data centers no Brasil, ao considerar o curto espaço de tempo das efetivações, de três anos, para um setor que começa a despontar no país como demandante relevante de energia limpa, competitiva e renovável”, avalia Camila Ramos, CEO da CELA.
Segundo a executiva, o Brasil é hoje um importante polo para o desenvolvimento do mercado de renováveis para data centers e novas tecnologias de inteligência artificial e hidrogênio verde, dada a “alta competitividade e disponibilidade das fontes solar e eólica frente ao mercado global”, acrescenta.
A própria CELA tem trabalhado com data centers em projetos de soluções de energia, inclusive para a contratação de energia renovável, todos no modelo de autoprodução. A perspectiva da empresa é atender players internacionais que buscam se instalar e expandir operações no Brasil.
Além dos data centers
No início do ano, a CELA também estruturou um mapeamento do total de contratos de longo prazo no Mercado Livre de Energia no último ano, num total de 23 negócios fechado entre geradores e grandes consumidores de várias setores econômicos.
Essas transações equivalem a 969 MW médios contratados, um crescimento de 63% em relação ao ano anterior, quando foram registrados um patamar de 594 MW médios.
Em 2023, o volume financiado por instituições financeiras dos PPAs assinados foi de R$ 5,4 bilhões, de acordo com o relatório da CELA. Já a quantidade de contratos teve uma leve queda, de 27 acordos em 2022 para 23 no exercício seguinte.
Desde a primeira edição do relatório da CELA, em 2017, foram mapeados 140 PPAs de energia eólica e solar de longo prazo no Mercado Livre de Energia, que representam uma capacidade instalada de 14,3 GW. O acumulado desses contratos equivale a 4.147 MW médios, sendo 2.431 MW médios de energia solar e outros 1.717 MW médios de energia eólica.
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