Energia solar residencial fica 3% mais barata no 4º trimestre de 2024

Centro-Oeste se mantém como a região mais acessível para a instalação de sistemas solares no Brasil, aponta Radar Solfácil
Sistema de energia solar instalado em residência. Foto: Ricardo Coutinho

O aumento nos preços dos equipamentos fotovoltaicos, em razão da alta do dólar, da elevação da taxa de juros e do aumento do imposto de importação sobre módulos, não elevou os custos para os consumidores de energia solar residencial no Brasil.

Apesar das altas, o preço médio da energia solar residencial ficou 3% mais barato no 4º trimestre de 2024, caindo de R$ 2,53/Wp para R$ 2,46/Wp, em comparação com o trimestre anterior. No acumulado do ano passado, a queda superou os 10%. 

Os dados fazem parte do Radar Solfácil, um relatório divulgado trimestralmente pela Solfácil a partir da análise dos pedidos de financiamentos de projetos residenciais, com todos os dados pessoais e empresariais mantidos em sigilo.

Preço médio da energia solar no Brasil em 2024:

  • Q1 (1º trimestre): R$ 2,76/Wp;
  • Q2 (2º trimestre): R$ 2,66/Wp;
  • Q3 (3º trimestre): R$ 2,53/Wp;
  • Q4 (4º trimestre): R$ 2,46/Wp. 

A pesquisa indicou que a principal razão para a queda nos preços foi a necessidade dos integradores de manterem-se competitivos em um mercado cada vez mais disputado.

Com o aumento dos preços dos equipamentos, muitas empresas se viram forçadas a reduzir seus preços para atrair clientes. Além disso, negociações prolongadas dificultaram o repasse dos custos mais altos para os consumidores. 

“Os integradores enfrentam um cenário desafiador, em que manter preços competitivos é crucial para não perder mercado. Essa dinâmica tem beneficiado os consumidores, que continuam acessando sistemas de energia solar a preços mais acessíveis, mas afeta a rentabilidade do setor”, afirma Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil. 

O levantamento mostra ainda que, entre as faixas de potência analisadas, apenas os projetos de até 4 kWp apresentaram uma desaceleração na queda dos preços, com retração de 2% em relação ao trimestre anterior. 

Fonte: Radar Solfácil

Embora os dados do quarto trimestre de 2024 apontem uma redução nos custos ao consumidor, o setor deve enfrentar um novo contexto em 2025, uma vez que mudanças tributárias devem elevar significativamente o preço dos equipamentos, o que pode impactar os valores ao consumidor, alerta a Solfácil.

Maioria dos estados registra queda no preço

De acordo com o novo relatório, quase todos os estados do país registraram queda no preço da energia solar, com destaque para o Paraná e Tocantins, que lideraram o ranking, com uma redução de 7%. 

Na sequência, aparecem o Rio de Janeiro e o Piauí, ambos com queda de 6%, enquanto São Paulo, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul tiveram reduções de 5%. 

Por outro lado, Espírito Santo (-2%), Sergipe (-2%), Amapá (-1%) foram os únicos estados a registrar aumento nos preços médios da energia solar. 

Centro-Oeste se mantém como a região mais barata

Assim como nos estudos anteriores, o Centro-Oeste se mantém como a região mais acessível para a instalação de energia solar no Brasil, com o custo médio de R$ 2,36/Wp, uma redução de 2% em relação ao terceiro trimestre. 

A região Sul ultrapassou o Nordeste e o Sudeste e se tornou a segunda com o menor preço para se instalar energia solar, com um custo médio de R$ 2,44/Wp e queda de 4% entre os trimestres, com destaque para os preços praticados em Santa Catarina (R$ 2,36/Wp) e Paraná (R$ 2,38/Wp),que ficam abaixo da média nacional. 

O Sudeste, por sua vez, registrou R$ 2,48/Wp, acima da média nacional, apesar de uma redução de 3% entre os trimestres. As quedas, contudo, ocorreram de modo bastante desproporcional.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro a redução foi de 5% e 6%, respectivamente, enquanto que no Espírito Santo a queda foi de 2%. Em Minas Gerais, os preços ficaram estáveis, fazendo o estado assumir a posição de segundo mais caro do país. 

O Nordeste foi a região com a menor queda de preços no trimestre, com somente 2% de redução nos preços. Mesmo assim, a média de preços da região foi de R$2,45/Wp, ficando um pouco abaixo da média nacional. 

Já a região Norte apresentou a maior queda de preços comparada ao trimestre anterior entre todas as regiões do país, uma queda da ordem de 4%, distanciando a região da média nacional. Essa diferença é puxada pelo Pará, que possui o preço médio mais caro do país: 2,88 R$/Wp. 

Preço médio da energia solar por estado (R$/Wp)

  • Rondônia: 2,17;
  • Acre: 2,23;
  • Roraima: 2,23;
  • Amapá: 2,25;
  • Mato Grosso: 2,29;
  • Tocantins: 2,30;
  • Santa Catarina: 2,36;
  • Amazonas: 2,38;
  • Paraná: 2,38;
  • Rio Grande do Norte: 2,39;
  • Alagoas: 2,39;
  • Mato Grosso do Sul: 2,39;
  • São Paulo: 2,40;
  • Espírito Santo: 2,40;
  • Goiás: 2,41;
  • Piauí: 2,42;
  • Sergipe: 2,42;
  • Ceará: 2,45;
  • Paraíba: 2,46;
  • Maranhão: 2,48;
  • Bahia: 2,48;
  • Pernambuco: 2,49;
  • Rio de Janeiro: 2,49;
  • Distrito Federal: 2,52;
  • Rio Grande do Sul: 2,60;
  • Minas Gerais: 2,70;
  • Pará: 2,88.

 

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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