O aumento nos preços dos equipamentos fotovoltaicos, em razão da alta do dólar, da elevação da taxa de juros e do aumento do imposto de importação sobre módulos, não elevou os custos para os consumidores de energia solar residencial no Brasil.
Apesar das altas, o preço médio da energia solar residencial ficou 3% mais barato no 4º trimestre de 2024, caindo de R$ 2,53/Wp para R$ 2,46/Wp, em comparação com o trimestre anterior. No acumulado do ano passado, a queda superou os 10%.
Os dados fazem parte do Radar Solfácil, um relatório divulgado trimestralmente pela Solfácil a partir da análise dos pedidos de financiamentos de projetos residenciais, com todos os dados pessoais e empresariais mantidos em sigilo.
Preço médio da energia solar no Brasil em 2024:
- Q1 (1º trimestre): R$ 2,76/Wp;
- Q2 (2º trimestre): R$ 2,66/Wp;
- Q3 (3º trimestre): R$ 2,53/Wp;
- Q4 (4º trimestre): R$ 2,46/Wp.
A pesquisa indicou que a principal razão para a queda nos preços foi a necessidade dos integradores de manterem-se competitivos em um mercado cada vez mais disputado.
Com o aumento dos preços dos equipamentos, muitas empresas se viram forçadas a reduzir seus preços para atrair clientes. Além disso, negociações prolongadas dificultaram o repasse dos custos mais altos para os consumidores.
“Os integradores enfrentam um cenário desafiador, em que manter preços competitivos é crucial para não perder mercado. Essa dinâmica tem beneficiado os consumidores, que continuam acessando sistemas de energia solar a preços mais acessíveis, mas afeta a rentabilidade do setor”, afirma Fabio Carrara, CEO e fundador da Solfácil.
O levantamento mostra ainda que, entre as faixas de potência analisadas, apenas os projetos de até 4 kWp apresentaram uma desaceleração na queda dos preços, com retração de 2% em relação ao trimestre anterior.
Embora os dados do quarto trimestre de 2024 apontem uma redução nos custos ao consumidor, o setor deve enfrentar um novo contexto em 2025, uma vez que mudanças tributárias devem elevar significativamente o preço dos equipamentos, o que pode impactar os valores ao consumidor, alerta a Solfácil.
Maioria dos estados registra queda no preço
De acordo com o novo relatório, quase todos os estados do país registraram queda no preço da energia solar, com destaque para o Paraná e Tocantins, que lideraram o ranking, com uma redução de 7%.
Na sequência, aparecem o Rio de Janeiro e o Piauí, ambos com queda de 6%, enquanto São Paulo, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul tiveram reduções de 5%.
Por outro lado, Espírito Santo (-2%), Sergipe (-2%), Amapá (-1%) foram os únicos estados a registrar aumento nos preços médios da energia solar.
Centro-Oeste se mantém como a região mais barata
Assim como nos estudos anteriores, o Centro-Oeste se mantém como a região mais acessível para a instalação de energia solar no Brasil, com o custo médio de R$ 2,36/Wp, uma redução de 2% em relação ao terceiro trimestre.
A região Sul ultrapassou o Nordeste e o Sudeste e se tornou a segunda com o menor preço para se instalar energia solar, com um custo médio de R$ 2,44/Wp e queda de 4% entre os trimestres, com destaque para os preços praticados em Santa Catarina (R$ 2,36/Wp) e Paraná (R$ 2,38/Wp),que ficam abaixo da média nacional.
O Sudeste, por sua vez, registrou R$ 2,48/Wp, acima da média nacional, apesar de uma redução de 3% entre os trimestres. As quedas, contudo, ocorreram de modo bastante desproporcional.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro a redução foi de 5% e 6%, respectivamente, enquanto que no Espírito Santo a queda foi de 2%. Em Minas Gerais, os preços ficaram estáveis, fazendo o estado assumir a posição de segundo mais caro do país.
O Nordeste foi a região com a menor queda de preços no trimestre, com somente 2% de redução nos preços. Mesmo assim, a média de preços da região foi de R$2,45/Wp, ficando um pouco abaixo da média nacional.
Já a região Norte apresentou a maior queda de preços comparada ao trimestre anterior entre todas as regiões do país, uma queda da ordem de 4%, distanciando a região da média nacional. Essa diferença é puxada pelo Pará, que possui o preço médio mais caro do país: 2,88 R$/Wp.
Preço médio da energia solar por estado (R$/Wp)
- Rondônia: 2,17;
- Acre: 2,23;
- Roraima: 2,23;
- Amapá: 2,25;
- Mato Grosso: 2,29;
- Tocantins: 2,30;
- Santa Catarina: 2,36;
- Amazonas: 2,38;
- Paraná: 2,38;
- Rio Grande do Norte: 2,39;
- Alagoas: 2,39;
- Mato Grosso do Sul: 2,39;
- São Paulo: 2,40;
- Espírito Santo: 2,40;
- Goiás: 2,41;
- Piauí: 2,42;
- Sergipe: 2,42;
- Ceará: 2,45;
- Paraíba: 2,46;
- Maranhão: 2,48;
- Bahia: 2,48;
- Pernambuco: 2,49;
- Rio de Janeiro: 2,49;
- Distrito Federal: 2,52;
- Rio Grande do Sul: 2,60;
- Minas Gerais: 2,70;
- Pará: 2,88.
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