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Expansão das renováveis impediu que emissões de CO2 triplicassem no mundo

Mesmo assim, segundo a IEA, a produção de gases de efeito estufa no ano passado foi maior do que em 2022

Autor: 4 de março de 2024Transição energética
4 minutos de leitura
Expansão das renováveis impediu que emissões de CO2 triplicassem no mundo

Crescimento das renováveis no mundo foi duas vezes maior que o dos combustíveis fósseis nos últimos cinco anos. Foto: Seagul/Pixabay

Mesmo com o planeta precisando urgentemente reduzir a quantidade de gases de efeito estufa lançados na atmosfera para limitar o aquecimento global em 1,5°C sobre os níveis pré-industriais, o setor energético registrou um novo aumento anual de emissões. 

O segmento produziu 37,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono no ano passado, um crescimento de 410 milhões de toneladas (1,1%) em relação a 2022, segundo informações do relatório “CO₂ Emissions in 2023”, da IEA (Agência Internacional de Energia, sigla em Inglês).

Apesar disso, a entidade destaca que a situação teria sido bem pior se não fosse a expansão recorde das energias limpas, principalmente solar e eólica, e do aumento da participação dos veículos elétricos no setor de transportes.

Sem o uso das renováveis, o aumento global das emissões de CO2 nos últimos cinco anos teria sido três vezes maior. O ano passado, inclusive, foi o primeiro em que pelo menos metade da produção de eletricidade de países desenvolvidos, como Alemanha e Estados Unidos, veio de renováveis. 

Fatih Birol, diretor executivo da AIE, destaca que, nos últimos anos, a pandemia da Covid-19, a crise energética vivenciada por muitos países (sobretudo europeus) e as constantes instabilidades geopolíticas tinham tudo para inviabilizar os esforços para construir sistemas energéticos mais limpos e seguros. 

Em vez disso, vimos o oposto em muitas economias. A transição para a energia limpa continua a acelerar e a controlar as emissões – mesmo com a procura global de energia a crescer mais fortemente em 2023 do que em 2022”, disse ele. 

Expansão das renováveis e dos veículos elétricos

De 2019 a 2023, o crescimento das energias renováveis foi duas vezes maior que o dos combustíveis fósseis em todo o mundo, com a implantação de usinas de energia solar e eólica tendo sido suficientes para evitar uma quantidade de consumo anual de carvão equivalente a de países como Índia e Indonésia combinados.  

No setor de transportes, a Agência destaca que o número crescente de veículos elétricos também desempenhou um papel significativo para evitar que a procura de petróleo subisse acima dos níveis pré-pandemia. Segundo o estudo, um em cada cinco veículos vendidos no mundo em 2023 foi elétrico. 

Crise hídrica

De acordo com a IEA, o aumento global das emissões de dióxido de carbono ocorreu, em especial, pelo fato das hidrelétricas terem sido prejudicadas por inúmeras secas severas, resultantes da combinação do El Niño com as mudanças climáticas.

Com menos água nos reservatórios, alguns países acionaram mais termelétricas para suprir a demanda, o que fez aumentar em 40% as emissões do setor elétrico mundial e pesar nas emissões de todo o segmento energético. 

China, Canadá e México recorreram a derivados de petróleo, gás fóssil ou carvão para gerar eletricidade – o que se traduziu num aumento de 170 milhões de toneladas de CO₂. Além disso, a China continuou a usar energia poluente para manter seu crescimento, após a crise da Covid-19.

O estudo da IAE lembra, contudo, que mesmo com o aumento das emissões na China, o país contribuiu com cerca de 60% das adições globais de energia solar, eólica e veículos elétricos em 2023.


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Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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