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Hub busca parcerias para fomentar projetos em Energia 4D

Uma das empresas que atua no setor de energia solar e que faz parte da iniciativa é a Unicoba 

Autor: 27 de maio de 2022Entrevistas
6 minutos de leitura
Hub busca parcerias para fomentar projetos em Energia 4D

Hub possui o envolvimento da indústria, de empresas de energia e da sociedade acadêmica. Foto: Pixabay

A preocupação com o aquecimento global e o futuro do planeta tem intensificado os debates sobre a necessidade da criação de iniciativas que busquem fomentar projetos ancorados na perspectiva da Energia 4D (Descarbonizada, Descentralizada, Diversificada e Digital). 

Cientistas da ONU (Organização das Nações Unidas), por exemplo, já alertam que a meta mundial é pelo menos manter o aumento das temperaturas em até 1,5°C para que seja possível reduzir os impactos ambientais e sociais causados ao longo das décadas passadas pela grande quantidade de gases de efeito estufa que foram lançados na atmosfera.

No Brasil, a criação de um Hub que conta com o envolvimento da indústria, de empresas do setor de energia e da sociedade acadêmica, tem sido destaque pela sua proposta: a de unir forças por meio de parcerias para fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas às fontes renováveis. 

No começo do mês, o projeto foi apresentado em um evento online, chamado de “O Verde Conecta”, e contou com a presença de executivos e profissionais do setor de energia. Uma das empresas que faz parte do Hub é a Unicoba, uma empresa nacional do segmento de armazenamento de energia com baterias estacionárias de chumbo e lítio, com quase de 50 anos de atuação no mercado.

Em entrevista ao Canal Solar, Marco Américo D. Antonio, CEO da Unicoba, deu mais detalhes sobre a iniciativa e comentou quais são as perspectivas de crescimento da empresa e do setor solar para os próximos anos. Confira os principais destaques: 

Marco Américo D. Antonio

Marco Américo, CEO da Unicoba.

Canal Solar: No começo de maio, foi apresentado um projeto que tem como objetivo discutir inovações tecnológicas, como a mobilidade elétrica e a Energia 4D. Uma das empresas por trás dessa iniciativa é a Unicoba. O que o senhor poderia nos falar a respeito desse Hub?

Marco Américo: “Essa é uma iniciativa da Unicoba junto com outros parceiros de mercado. A ideia é aproximar essas e outras empresas no sentido de criarmos alianças para acelerar o fomento de tecnologias que ainda são muito recentes na indústria brasileira. O que temos feito é, justamente, atrair novos players para participar do Hub e ajudar a desenvolver projetos que aceleram a evolução da Indústria 4.0 como um todo. 

Até o momento, além do grupo formado pelas distribuidoras e dos parceiros tecnológicos, também contamos com um fundo de venture capital para trazer startups para esse ecossistema e a parceria com a FUNDEP (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa), voltada para o lado acadêmico de pesquisa e desenvolvimento”.

Já existe alguma perspectiva de lançamentos que envolvam a energia 4D por parte deste Hub?

“O conceito de 4D é formado pelos “Ds” de Digital, que são todos os monitoramentos de dados visando melhorar a eficiência dos sistemas; a Diversificação, com mais de uma fonte de energia trabalhando em conjunto; a Descentralização, que é a geração distribuída e centralizada mais próximas do consumo; e a Descarbonização, que é o uso de energias limpas em larga escala. 

Como o Hub foi lançado agora na primeira semana de maio, vamos precisar esperar um pouco mais para anunciarmos eventuais resultados. Pretendemos trazer um volume maior de parceiros para que a iniciativa cresça ainda mais e se torne extremamente relevante para o mercado. Depois disso, é que podemos começar a apresentar os resultados o mais rápido possível”. 

Nesse sentido de atuação, como tem sido a participação da Unicoba no mercado de energia solar nos últimos anos? Como os senhores enxergam esse mercado, sobretudo em relação ao segmento de baterias?

“O mercado é bastante promissor. Somos uma empresa que existe desde 1973 e atuamos em soluções de armazenamento tanto para equipamentos portáteis, como baterias lítio para notebooks e celulares, quanto para baterias estacionárias de chumbo e lítio.

Dentro do setor solar, as baterias estacionárias de lítio são as mais recentes e aquelas que, particularmente, somos entusiastas. Atualmente, temos visto uma adoção maior dessa tecnologia, sobretudo em sistemas off-grid compostos não só por baterias, mas também por outros equipamentos, para atender segmentos como o de Telecom, no qual temos uma atuação representativa. 

Nesse aspecto, vemos uma adoção mais recente de sistemas off-grid para expansão das redes 4G, já visando a implementação da tecnologia 5G. Essa é uma frente que temos atuado muito, além do Mais Luz para a Amazônia com a venda baterias estacionárias de lítio e a implementação de sistemas para as distribuidoras de energia, como Equatorial, Energisa e Amazonas Energia.

Além disso, também enxergamos uma adoção de soluções de armazenamento junto aos prosumers (produtor e consumidor) devido a mudança do marco regulatório. Nessa mudança existe a tendência, ao longo do tempo, do armazenamento deixar de ser feito na rede elétrica por causa da cobrança do Fio B e passar a ser feito em baterias de lítio, que trazem uma série de benefícios, como uma vida útil de mais de 10 anos. Esses eu diria que são hoje os principais segmentos ligados ao armazenamento de baterias”.

Falando de investimentos, no final do mês de abril, a Unicoba anunciou investimentos em três novas linhas de baterias na fábrica de Manaus (AM), com a meta de chegar a produzir 10 milhões de unidades por ano. Esse novo investimento será refletido em novas contratações para suprir a mão de obra na produção?

“Essas linhas são muito interessantes, porque são todas automatizadas e requerem um bom conhecimento dos profissionais para poder operá-las. Como temos investido muito forte em projetos de automação e Indústria 4.0, estamos reforçando o nosso time de engenharia e prevendo contratar pelo menos mais 100 novos funcionários para a fábrica de Manaus. 

Nos últimos dois anos, a companhia cresceu aproximadamente 30% e pretendemos continuar crescendo cada vez mais. A nossa perspectiva de futuro é cada vez mais positiva, mesmo com o mercado estando um pouco conturbado em função de todas as consequências econômicas causadas pela e pela guerra na Europa”.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.

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