Com uma proposta competitiva, o Consórcio Engie Brasil Transmissora venceu o maior empreendimento de transmissão licitado no leilão realizado nesta sexta-feira (27/09) na B3, em São Paulo.
A Engie ofereceu uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 242,2 milhões para o Lote 1, representando um deságio de 48,14% em relação à RAP máxima de R$ 486,4 milhões, superando a Copel, que ficou em segundo lugar com uma proposta de R$ 328,5 milhões.
Após uma acirrada disputa no viva voz, o Lote 2 foi arrematado pela TAESA, que apresentou uma oferta de R$ 17,76 milhões, com deságio de 53,45%, ultrapassando a CPFL Transmissão e a EDF Brasil.
O Lote 4 foi conquistado pela Cox Brasil SA, que ofereceu R$ 12,6 milhões, um deságio de 55,56%, superando o Consórcio Eneng/Transdata/BRFibra, que propôs R$ 13,7 milhões.
Ao final do leilão, a soma da RAP ficou em R$ 282,6 milhões, resultando em um deságio médio de 48,89%. Isso gerará uma economia de R$ 8,1 bilhões para os consumidores ao longo dos 30 anos de concessão.
Ivo Nazareno, Secretário de Leilões da ANEEL, destacou que os consumidores de energia foram os grandes beneficiados do leilão, já que os deságios significativos contribuirão para evitar o aumento das tarifas de energia elétrica pagas por todos no Brasil.
No total, foram licitados 783 km de novas linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 1.000 MVA, somando investimentos de aproximadamente R$ 3,35 bilhões. Espera-se que as obras gerem cerca de 7 mil empregos diretos. Os empreendedores terão um prazo de 42 a 60 meses para iniciar a operação comercial dos projetos.
Uma das inovações deste leilão foi a relicitação de empreendimentos já existentes, que incluem 162,9 km de linhas e 300 MVA em subestações, cuja concessão atual vence em julho de 2025. Segundo Nazareno, contratos de transmissão com vencimento futuro devem seguir esse modelo de relicitação.
Inicialmente, estava previsto o leilão do Lote 2. No entanto, o Ministério de Minas e Energia solicitou a retirada dos projetos, após identificar riscos de implantação e problemas operacionais, especialmente em casos de eventos climáticos extremos. Os empreendimentos estão localizados no Rio Grande do Sul.
Lotes do leilão
Lote 1: compreende 365 km de linhas de transmissão e duas subestações, beneficiando os estados de Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. O prazo de implantação é de 60 meses, e o investimento estimado é de R$ 1,7 bilhão. Esse lote também inclui as instalações existentes de 162,9 km de linhas e 300 MVA em subestações.
Lote 3: inclui 2 km de linhas e uma subestação com capacidade de 600 MVA no estado de São Paulo. O prazo de implantação é de 42 meses, com investimento estimado em R$ 244 milhões.
Lote 4: constitui-se de uma subestação com capacidade de transformação de 400 MVA. O prazo de construção é de 51 meses, e o investimento totaliza R$ 168,2 milhões.
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