Conforme anunciado pelo Canal Solar, os moradores de regiões remotas do Pantanal começaram a ter acesso à energia elétrica a partir de julho.
Isso porque o projeto Ilumina Pantanal oficializou, na semana passada, durante cerimônia realizada em Porto de São Pedro, a instalação de um sistema fotovoltaico – com quatro painéis de silício policristalino de 345 Wp da BYD – e armazenamento em baterias na residência de Enaurina da Silva Rodrigues, de 59 anos.
Nascida e criada na região do Paiaguás, Enaurina integra os mais de 5 mil moradores que irão receber sistemas em suas residências, em que o excedente de energia solar gerado é armazenado para dar continuidade ao fornecimento à noite ou em dias chuvosos e nublados.
“Com a chegada da eletricidade, muita coisa mudou. Ganhei uma geladeira da Energisa e agora tenho água gelada para tomar, as comidas não estragam mais, posso assistir a tevê que ganhei do meu sobrinho. Só não preciso mesmo é do ventilador porque sou pantaneira, acostumada com o clima daqui”, contou Enaurina.
“O fornecimento de energia por fonte renovável ao Pantanal sul-mato-grossense é resultado de investimento em inovação, que traz as mais avançadas tecnologias para desenvolver esta solução pioneira que respeita o meio ambiente”, afirmou Marcelo Vinhaes, diretor-presidente da Energisa Mato Grosso do Sul.
Para Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, o projeto traz dignidade, perspectivas e sustentabilidade ao Pantanal. “Trata-se de uma recompensa das políticas públicas que visam o bem-estar social”, ressaltou.
Segundo Reinaldo Azambuja, governador do Mato Grosso do Sul, a parceria entre os agentes públicos e privados foi fundamental para a universalização do serviço na região. “É um ganho de qualidade de vida, de desenvolvimento social, de progresso e incremento para o turismo e outras atividades econômicas”.
Já Ricardo Botelho, presidente da Energisa, comentou que tal programa é uma prova de que pode-se aliar a preocupação com o meio ambiente com as políticas públicas bem definidas para produzir resultados favoráveis aos consumidores, mesmo nos locais mais difíceis de serem alcançados.
Energia impulsionará produção rural no Pantanal
Outro ponto a se destacar é que o projeto impulsionará a produção rural no Pantanal. De acordo com Armando Carlos de Lacerda, proprietário da fazenda Porto São Pedro, a iniciativa vai transformar a localidade pantaneira em um ambiente fértil para o desenvolvimento sustentável das famílias que vivem ali.
“A universalização representa modernidade e, definitivamente, nos tira da escuridão e da invisibilidade”, destacou. A fazenda está situada próxima ao eixo logístico Paiaguás, por onde são transportadas as cargas que utilizam o porto como plataforma multimodal de conexão com navios para transporte de gado.
Ademais, a Reserva Particular do Patrimônio Natural Acurizal, onde funciona uma das bases do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) também receberá sistemas de geração e armazenamento de energia, que deverá ser concluído em setembro.
A chegada da energia é fundamental, por exemplo, para ampliar e aprimorar as pesquisas científicas sobre a fauna da região, em especial as onças-pintadas, realizadas pela instituição. O insumo facilitará o dia a dia dos pesquisadores, como a manutenção do banco de dados e o manuseio do colar de identificação dos animais.
Sobre o projeto
O Ilumina Pantanal é uma parceria do Grupo Energisa com o estado do Mato Grosso do Sul e o Governo Federal, por meio do MME (Ministério de Minas e Energia) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Até 2022, o programa levará energia elétrica a 2.167 unidades consumidoras, o que representa em torno de 5 mil habitantes espalhados por uma área de 90 mil km², nos municípios de Corumbá, Aquidauana, Coxim, Ladário, Porto Murtinho, Rio Verde e Miranda.
Desse grupo, 77 famílias já são atendidas pela rede de distribuição convencional, e agora começam a ser implementados para os demais os sistemas individuais de geração solar.
Em todas as unidades consumidoras haverá a instalação básica de elétrica predial, com tomadas e lâmpadas de LED, mais eficientes e econômicas. Ao todo, a Energisa e o Governo Federal estão investindo R$ 134 milhões no projeto.