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Pesquisa aponta que falta investimento em cibersegurança no setor elétrico

Estudo elaborado pela consultoria DNV entrevistou 601 profissionais do setor de energia de 92 países

Autor: 7 de junho de 2023junho 8th, 2023Tecnologia e P&D
4 minutos de leitura
Pesquisa aponta que falta investimento em cibersegurança no setor elétrico

Três em quatro profissionais de energia relataram que a segurança cibernética é tratada como um risco comercial dentro de suas organizações. Foto: Reprodução/WEB

Oito em cada dez empresas do setor elétrico dizem que as tecnologias digitais estão permitindo a sua transição energética. Essa digitalização, embora positiva, deixa as companhias de energia mais propensas ao ciberataque.

Não à toa, a pauta da segurança cibernética passou a estar presente nos mais altos níveis de governança. Apesar do aumento da conscientização sobre o risco cibernético, os profissionais de energia questionam se os investimentos realizados estão adequados frente aos desafios que se impõem para proteger as infraestruturas elétricas.

Essas são algumas das conclusões do relatório “Energy Cyber Priority 2023: Closing the gap between awareness and action“, divulgado pela consultoria internacional DNV. A pesquisa entrevistou 601 profissionais do setor de energia de 92 países.

Segundo o relatório, as empresas que tiveram alguma violação de segurança significativa foram as mais propensas a acreditar que a sua organização não leva o ciberespaço tão a sério como deveria. Um terço dos respondentes disse que a segurança cibernética é um dos principais riscos de sua organização, atrás dos operacionais/técnicos, de segurança e financeiros.

Três em quatro profissionais de energia relataram que a segurança cibernética é tratada como um risco comercial dentro de suas organizações. Os benefícios comerciais do ciberespaço são importantes e garantirão uma vantagem competitiva frente aos concorrentes menos velozes.

A pesquisa destaca os principais desafios que as empresas de energia vão enfrentar em torno da segurança cibernética. São barreiras a serem superadas pelos departamentos de segurança cibernética a falta de investimentos, de mão de obra qualificada e de comunicação entre equipes de diferentes níveis hierárquicos e departamentos.

O estudo revela que menos da metade dos profissionais de energia acha que o nível atual de investimento de suas empresas em cibersegurança é suficiente para garantir a resiliência de seus ativos operacionais e da infraestrutura. Apenas um em cada cinco concorda fortemente que o investimento suficiente está sendo feito.

A pesquisa aponta que a regulamentação será o principal impulsionador para destravar os investimentos em segurança cibernética.

“Vale a pena perguntar se realmente há escassez de orçamento para segurança cibernética sendo disponibilizado, ou se não está sendo usado de forma eficaz e se as equipes estão consequentemente obrigadas a buscar fundos adicionais”, observa Jalal Bouhdada, diretor Global de Cyber Segurança da DNV.

“Para outras empresas, a preocupação é que, embora as empresas de energia aceitem que o risco de segurança cibernética está aumentando, elas não acham que um ataque aconteceria especificamente com elas e por isso não dedicam orçamento suficiente.”

Mão de obra e comunicação

Outro desafio para os gestores será o de recrutar e reter talentos capazes de proteger as organizações contra ameaças de segurança cibernética. Mais de um terço dos profissionais apontaram que a falta de habilidades técnicas é uma barreira.

A pesquisa também revela que os profissionais de cibersegurança lutam para se comunicar e colaborar com as equipes operacionais que não compartilham o mesmo nível de conhecimento, bem como com os executivos nos mais altos cargos. Essa dificuldade, combinada com a diferença de experiências, estão levando a uma “lacuna de percepção cibernética”.

Parte do problema é a incapacidade dos profissionais de segurança cibernética articular e relatar com precisão os desafios de segurança. Três em cada quarto dos entrevistados acreditam que os cyber profissionais precisam aprender a falar melhor a linguagem do setor de operação energética.

Vinculado a isso, 76% também dizem que a segurança cibernética e as equipes de engenharia devem aprender a colaborar de uma forma mais eficaz para fortalecer a segurança de seus ativos e infraestruturas.

 

Wagner Freire

Wagner Freire

Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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