Em meio às preocupações crescentes sobre a estabilidade e confiabilidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil, a busca por sistemas de energia solar combinados com baterias de armazenamento tem crescido este ano no país.
Somente na base do Bonö Group, holding que reúne várias empresas da cadeia de valor de setor de energia no Brasil, o aumento na procura pelas baterias foi da ordem de 20% de janeiro a julho deste ano, tanto de companhias de instalação de painéis solares em residências e comércios quanto dos próprios consumidores finais.
A expectativa da empresa, inclusive, é que a procura aumente ainda mais após o episódio do apagão na rede elétrica, ocorrido nesta terça-feira (15), que afetou 25 estados brasileiros e mais o Distrito Federal.
“Ao combinar o uso de sistemas solares nos telhados com as tecnologias de armazenamento, o consumidor ganha autonomia e segurança de suprimento energético, tanto em residências quanto em empresas e propriedades rurais, passando a não mais depender exclusivamente da rede elétrica”, disse Marcelo Abuhamad, CEO do Bonö Group.
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Para o executivo, o ganho de escala das baterias e a consequente queda de preço vão promover, nos próximos anos, uma mudança de paradigma no setor elétrico, permitindo aos consumidores se tornarem atores ativos na produção de energia.
“Em um cenário de aumento na demanda energética, instabilidades climáticas e precariedade da infraestrutura, os apagões se tornaram uma preocupação recorrente. A geração distribuída combinada com baterias oferece uma alternativa eficiente aos brasileiros”, destacou.
Inversão do fluxo
Além da redução nos preços das baterias e do receio da população com relação a eventuais novos apagões, outro fator que deve impulsionar a procura de sistemas fotovoltaicos com baterias são os problemas que vêm sendo registrados pelas distribuidoras com relação à inversão do fluxo de potência.
De acordo com as concessionárias, a injeção do excedente de energia na rede por parte dos consumidores de GD (geração distribuída) tem gerado inversão do fluxo em seus postos de transformação e nos alimentadores das subestações.
Isso fez com que empresas, como a Cemig e o Grupo CPFL, negassem alguns dos pedidos para conexão de usinas fotovoltaicas e definissem outras alternativas de injeção de energia na rede.