Renováveis suprirão 80% do consumo energético mundial em 2050

Relatório da Statkraft aponta que as fontes solar e eólica serão responsáveis por dois terços do total
03-11-canal-solar-Renováveis suprirão 80% do consumo energético mundial em 2050

Um estudo publicado pela Statkraft apontou que a demanda de energia global mais do que dobrará até 2050, e as fontes solar e eólica serão responsáveis por dois terços do total.

O relatório anual de Baixas Emissões (Low Emission Scenario, em inglês) da empresa mostrou que as renováveis suprirão 80% do sistema energético mundial em 2050.

“Eletrificação é um modo eficiente de uso de energia. Um motor elétrico usa um terço da energia, comparando-se com motor à combustão. Veículos comuns serão totalmente elétricos em 2050, com alguma célula de hidrogênio, retirando de circulação uma demanda diária de mais de 20 milhões de barris de petróleo”, disse a pesquisa.

Christian Rynning-Tønnesen, CEO Global da Statkraft, enfatizou que a mitigação da mudança climática é mais urgente do que nunca. “A temperatura global aumentou 1.1 °C acima da época pré-industrial e estamos sentindo os efeitos em forma de furacões, incêndios florestais e enchentes. Nos níveis atuais de emissões, há risco de uma potencial catástrofe climática”.

De acordo com a Statkraft, a transição para um sistema de energias renováveis significa deixar de ser dependente de combustíveis fósseis. “Devemos reduzir as emissões de CO2 em 60% até 2050”.

“Este cenário pode limitar o aquecimento global em 2°C. E uma transição ainda mais rápida é necessária para alcançarmos a meta de 1.5°C”, destacou Fernando De Lapuerta, CEO e diretor presidente da Statkraft Brasil.

Metais em renováveis

Outro ponto ressaltado pela empresa é que os preços temporariamente elevados dos metais aumentaram os custos atrelados à solar e eólica, mas não afetaram a competitividade destas tecnologias renováveis em comparação com as de energia fóssil, como os preços de petróleo, gás e carvão, que tiveram um ritmo de elevação superior ao do início de 2020.

“Há, no geral, abundantes fontes de metais, mas a cadeia de fornecimento de metais essenciais para a transição energética está concentrada em poucos países. Investimentos e diversificação da capacidade produtiva são vitais para se reduzir a vulnerabilidade e agilizar a transição energética”, relataram.

Solar é chave para a independência do gás proveniente da Rússia

A expansão da energia solar na Europa está em ritmo acelerado devido às ambições por energias renováveis e pela necessidade de se reduzir a dependência do gás russo. O estudo revela que a Europa terá mais solar em 2030 do que o esperado antes da guerra na Ucrânia.

“A crise energética na Europa aponta a necessidade de se estimular a transição de fontes de energia fóssil para energia limpa”, destacou o relatório.

Solucionando o desafio da flexibilidade

Em um sistema energético dominado por energias renováveis dependentes de clima, a Statkraft enfatizou a importância de soluções que contribuam para equilibrar fornecimento e demanda de eletricidade em períodos curtos e longos.

“Solucionar o desafio da flexibilidade de uma forma viável em termos ambientais e de custos é fundamental para o desenvolvimento de um sistema renovável. Há diferentes soluções flexíveis para períodos curtos, como as baterias”, mostrou a pesquisa. .

A energia hidrelétrica hoje é a maior fonte renovável do mundo. “Hidrelétrica é uma das poucas soluções capazes de cobrir os requisitos de flexibilidade em longos períodos, como dias e semanas inteiros, e terá certamente um papel preponderante no sistema energético global até 2050”.

A solução é renovável

O relatório concluiu que é primordial haver a expansão da capacidade da energia renovável, assim como a eletrificação da indústria, do transporte e de parte das edificações, implementando energia limpa, já que também possuem custos inferiores às fontes fósseis.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.
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