A TBEA tem se consolidado como uma das principais fornecedoras de soluções para a GC (geração centralizada) no Brasil e na América Latina. Com uma atuação estratégica, a empresa destacou que tem acompanhado as transformações do setor e buscado novas oportunidades de crescimento.
Em entrevista ao Canal Solar, Antônio Salgueiro, General Manager LATAM da companhia, compartilhou insights sobre o crescimento da fabricante, os desafios regulatórios e as oportunidades emergentes, como o retrofit de inversores e o avanço do armazenamento de energia.
BESS, leilões e novas tecnologias: o futuro do setor solar em 2025
Crescimento acelerado e portfólio robusto
Segundo Salgueiro, a TBEA já ultrapassou a marca de 3,5 GW de projetos no Brasil, consolidando-se como a terceira maior empresa do setor em apenas três anos de atuação.
“Temos um crescimento bem intenso e um portfólio diferenciado. Além dos inversores, fabricamos nossos próprios transformadores, com vendas que já ultrapassaram 2,5 GVA e oferecemos também soluções inovadoras como o STATCOM, que entrega a potência reativa necessária para conexão dos parques reduzindo inversores, skids, cabos e capacitores de média tensão, propiciando redução efetiva de CAPEX com performance operacional muito superior”, afirmou.
No entanto, o mercado enfrenta desafios significativos, como mudanças na política tributária. “O governo zerou o ex-tarifário e aumentou para 25% o imposto sobre as placas solares, o que impacta diretamente os projetos de geração centralizada”, disse o executivo.
Curtailment e novas tendências de mercado
Outro desafio apontado por ele é o aumento do curtailment nos contratos de PPA, que tem levado investidores a reavaliar estratégias. “Muitos clientes menores estão migrando para projetos de menor porte conectados à distribuição, onde o risco de curtailment é menor. Essa mudança pode manter o setor ativo até que a situação se normalize”, explicou.
As condições climáticas também afetam os preços de energia, mas, para o General Manager, há uma contrapartida positiva. “Acreditamos que o BESS (Battery Energy Storage System) virá com força total”.
“Já iniciamos estudos de viabilidade para reduzir o impacto do curtailment com baterias, considerando tanto novas fontes de receita quanto a diminuição de despesas operacionais”, enfatizou. “O leilão de armazenamento será chave para abrir esse mercado no Brasil.”
Retrofit de inversores: um mercado em ascensão
Uma das grandes apostas da TBEA no Brasil é o retrofit de inversores em usinas solares antigas. “Hoje, há cerca de 17 GW de geração centralizada instalada, e parte desses inversores precisará ser substituída devido a problemas de performance ou garantia”, relatou Antônio Salgueiro.
“A TBEA lidera este segmento, pois temos inversores string, centrais e modulares, permitindo uma substituição eficiente e aumentando a produtividade das plantas solares”, ressaltou.
A empresa já acumula casos de sucesso no Brasil, onde, por meio do retrofit, algumas plantas alcançaram posições de destaque no ranking dos melhores fatores de capacidade.
O futuro: usinas flutuantes e data centers
Além das soluções já consolidadas, a companhia também vê um futuro promissor para usinas solares flutuantes no Brasil. “A conexão elétrica já está garantida, pois é possível utilizar as conexões a rede já existentes das hidrelétricas. No entanto, a formatação desses projetos é bem específica, com blocos de geração distribuída que, juntos, formam uma grande GC”, apontou o executivo.
Outras áreas de interesse incluem data centers e H2V (hidrogênio verde), que devem impulsionar a demanda por energia nos próximos anos. “Essas tendências vão manter o mercado ativo entre 4 e 5 GW por ano. Apesar dos desafios de 2024, seguimos ampliando nossa equipe e investindo no Brasil”, concluiu.
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