Thymos projeta mais de R$ 60 bi em investimentos em data centers até 2030

MME aponta que há o pedido de conexão à rede básica de 9 GW de cargas de data centers no Brasil
Thymos projeta mais de R$ 60 bi em investimentos em data centers até 2030
Atualmente, o país possui mais de 130 Data Centers. Foto: Freepik

A Thymos Energia, consultoria de negócios especializada no setor de energia, projeta que os investimentos totais em infraestrutura de data centers no Brasil cheguem a R$ 60 bilhões até 2030. 

O dado faz parte do estudo “Data Centers no Brasil – Perspectivas, Oportunidades e Desafios”, divulgado pela empresa que trata sobre o potencial de desenvolvimento deste mercado no país.

O white paper pontua que, segundo dados do MME (Ministério de Minas e Energia), até o momento, há o pedido de conexão à rede básica de 9 GW de cargas de data centers nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Atualmente, o Brasil conta com mais de 130 data centers em operação.

Entre as razões da atratividade para este tipo de investimentos está o fato de o Brasil ter um ambiente de negócios dinâmico, com uma matriz elétrica composta predominantemente por fontes renováveis, com destaque para a hidráulica, eólica e solar fotovoltaica. 

“A energia elétrica segura, estável e de baixa emissão é um dos aspectos fundamentais na determinação da localização de um data center”, avalia Jovanio Santos, diretor de Novos Negócios da Thymos Energia.

Atualmente o país possui mais de 130 Data Centers. 23 Fonte: Thymos Energia a partir de Data Center Map

O executivo complementa que há diversos outros fatores para expansão de data centers no país, como a proximidade da rede elétrica, infraestrutura de TI e comunicação, capacidade de expansão, ambiente amigável de negócios, relações com a comunidade, segurança geopolítica e temperatura externa. 

“O cenário de crescimento desse novo nicho no Brasil revela uma excelente oportunidade para agentes de geração e de comercialização de energia”, diz Jovanio.

Segundo o white paper da Thymos Energia, para aproveitar todo esse potencial de mercado, os agentes precisarão tomar decisões com base em análises antecipadas, considerando cenários de estratégia na gestão de processamento e armazenamento de dados; premissas de novas políticas de incentivo; estratégias de atuação dos principais players no segmento e cenários de eficiência energética de componentes utilizados.

Crescimento da demanda global

No mundo, o consumo de energia elétrica dos data centers em 2022 foi estimado entre 240-340 TWh, o que representa em torno de 1% a 1,3% do total de eletricidade consumida globalmente, excluindo as atividades de mineração de criptomoedas e rede de dados. Considerando esses dois segmentos, os números sobem para 460 TWh, chegando a 2% do consumo global total no mesmo período.

A depender do grau de implementação, melhorias de eficiência energética e das tendências das criptomoedas e da inteligência artificial, a projeção de consumo adicional pode variar de forma significativa entre 160 TWh a 590 TWh até 2026 – seriam valores de consumo de eletricidade anual médio de uma Suécia até uma Alemanha.

A demanda total de eletricidade entre todos os setores pode crescer cerca de 6.760 TWh no mundo até 2030, sendo que 80% dessa expansão virá de nações em desenvolvimento e economias emergentes. O estudo da Thymos Energia indica ainda que cerca de 10% dessa demanda será de data centers.

Contudo, vários aspectos podem influenciar as projeções, como a concentração da cadeia de suprimentos, oportunidades de eficiência energética (tanto em hardware como em software), aspectos da conexão dos data centers à rede elétrica, e aspectos relacionados à política e regulação do segmento.

“A tendência é de crescimento no consumo de energia, em que o setor de data centers terá uma boa representatividade. Porém, é importante ao Brasil considerar experiências internacionais, e seus aprendizados, e ser ágil para antever gargalos e aproveitar as futuras oportunidades”, conclui Jovanio.

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Ericka Araújo
Head de jornalismo do Canal Solar. Apresentadora do Papo Solar. Desde 2020, acompanha o mercado fotovoltaico. Possui experiência em produção de podcast, programas de entrevistas e elaboração de matérias jornalísticas. Em 2019, recebeu o Prêmio Jornalista Tropical 2019 pela SBMT e o Prêmio FEAC de Jornalismo.

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