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Zerar emissões de CO2 até 2050 é possível, afirma executivo da Shell

Em São Paulo, vice-presidente de engenharia detalhou quais são as estratégias da multinacional para que isso aconteça

Autor: 28 de outubro de 2022Notícias
4 minutos de leitura
Zerar emissões de CO2 até 2050 é possível, afirma executivo da Shell

Petroleira tem apostado forte no mercado de renováveis nos últimos anos. Foto: Divulgação

O avanço do aquecimento global e a crescente pressão de investidores e de outros grupos da sociedade civil por práticas mais sustentáveis têm levado diversas empresas da indústria do petróleo e gás a acelerar investimentos em prol da transição energética nos últimos anos. 

Segundo dados da empresa de consultoria McKinsey, o setor de óleo e gás é hoje a fonte responsável por cerca de 9% de todas as emissões de gás carbônico no mundo, além de produzir combustíveis responsáveis por mais 33% das emissões globais.

Por causa disso, um consórcio de 12 grandes petroleiras mundiais foi formado no começo da década passada com o compromisso de reduzir as emissões em até 52 milhões de toneladas por ano em 2025.

Em razão deste compromisso e dos trabalhos realizados por estas multinacionais, Ajay Mehta, o vice-presidente de engenharia da Shell, afirmou que a tarefa de zerar as emissões de gases do efeito estufa é meta possível de ser atingida até 2050.

O executivo foi um dos participantes da conferência anual do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa), em São Paulo, realizada na última terça-feira (25). 

“Não fomos a única companhia a divulgar uma meta de zerar as emissões até lá. Várias declararam intenções similares de atingir esse propósito ambicioso. Isso exigirá inovação tecnológica e muita determinação. Acho que indústria, universidades e governos terão de se unir para fazer isso acontecer, disse Mehta.

A fim de cumprir com o objetivo, o executivo disse que a petroleira trabalha com metas a serem cumpridas: primeiro reduzir as emissões da empresa pela metade até 2030 e depois o restante até 2050. “Temos menos de 30 anos para zerar todas essas emissões”, ressaltou.

Ajay Mehta, da Shell, em discurso no RCGI. Foto: Divulgação

Ajay Mehta, da Shell, em discurso no RCGI. Foto: Divulgação

Ele conta que para isso, a empresa decidiu por acabar com a queima de gás durante as operações, reduzir os vazamentos de metano e realizar uma mudança no portfólio da empresa em direção ao gás natural.

“No passado, produzimos cerca de 70% de petróleo e 30% de gás natural; até o final da década provavelmente veremos entre 55% e 60% de nosso portfólio global ser formado por gás”, disse Mehta, ressaltando que a empresa prevê um declínio da produção de petróleo de 1% a 2% por ano.

Aposta da Shell em renováveis

Mehta disse ainda, durante o evento, que a Shell também trabalha para atingir a neutralidade carbono por meio dos incentivos às renováveis. A ideia é multiplicar por oito até 2030 a quantidade de combustíveis de baixo carbono produzidos pela empresa, como o hidrogênio, além da geração de fontes limpas, como a energia solar. 

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A captura e o armazenamento de dióxido de carbono também é um dos blocos previstos pela empresa, visando armazenar 25 milhões de toneladas anuais até 2035. “O reflorestamento de grandes áreas também é uma das opções”, concluiu o executivo. 

A estratégia da Shell de zerar as emissões de carbono até 2050 faz parte da meta do Acordo de Paris, firmado entre 193 países em dezembro de 2015, na busca por limitar o aumento na média da temperatura global a 1,5oC acima dos níveis pré-industriais.

Henrique Hein

Henrique Hein

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter do Jornal Correio Popular e da Rádio Trianon. Acompanha o setor elétrico brasileiro pelo Canal Solar desde fevereiro de 2021, possuindo experiência na mediação de lives e na produção de reportagens e conteúdos audiovisuais.